ivermectina

O fármaco ivermectina, desenvolvido para o tratamento de infecções por parasitas foi utilizado por 220 mil pacientes contaminados pelo novo coronavírus na capital em janeiro

A prefeitura da Cidade do México afirmou nesta sexta-feira, 14, que houve uma redução de 52% a 76% na probabilidade de internações entre as pessoas com Covid-19 que usaram ivermectina, fármaco desenvolvido para o tratamento de infecções por parasitas.

Os dados foram coletados durante um estudo realizado em janeiro pelo Instituto Mexicano de Seguridade Social (IMSS) em parceria com a Secretaria de Saúde da capital, em que mais de 220 mil pacientes contaminados pelo novo coronavírus recebiam um kit com ivermectina e ácido acetilsalicílico.

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No final de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu contra o uso desse medicamento para tratar a Covid-19, independentemente da gravidade e duração dos sintomas, porque foram encontradas poucas evidências de que ele seja benéfico em termos de redução de mortalidade, risco de ventilação mecânica e necessidade de internação hospitalar. Pouco antes, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também desaconselhou o uso da ivermectina contra o novo coronavírus.

Famoso por circular nas redes sociais como possível droga contra o novo coronavírus mesmo sem evidências científicas que sustentem a afirmação, o vermífugo ivermectina está entre as cinco combinações de fármacos mais testados no mundo em pacientes acometidos por Covid-19. Tem sido ignorado, no entanto, por países que lideram as buscas de drogas na pandemia, como Alemanha e China.

Há, hoje, 32 registros de testes com a ivermectina em humanos para a doença causada pelo novo coronavírus. A maior quantidade deles está no Egito, onde há nove pesquisas em andamento. Uma delas testa a ivermectina para prevenção à infecção do vírus –há uma pesquisa similar em Singapura. Todos os demais experimentos no mundo testam o vermífugo para o tratamento de doentes com a Covid-19.

Brasil, Argentina e México aparecem depois do Egito na lista de quem mais investe na ivermectina para Covid-19. Há três estudos com pacientes em andamento em cada um desses países.

A maior quantidade de testes de drogas em humanos para Covid-19, no entanto, segue com a associação dos antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina, que somam 208 pesquisas com pacientes registradas no mundo todo. Em seguida, figuram o antibiótico azitromicina (com 66 pesquisas com humanos para Covid-19), os antirretrovirais usados na infecção do HIV lopinavir/ritonavir (42) e o tocilizumabe, que é indicado para artrite (36).

Os dados são da base internacional Clinical Trials, que compila informações sobre testes de medicamentos em pacientes no mundo todo, como local da pesquisa, quantas pessoas são estudadas, duração do experimento e metodologia aplicada (por exemplo, um grupo recebe a droga e, outro, um placebo sem medicação).

Das 32 pesquisas registradas internacionalmente para ivermectina em pacientes, duas, no Iraque e em Bangladesh, já foram concluídas. Os resultados desses trabalhos, no entanto, ainda não foram publicados.

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