Sussuarana: Parentes acusam polícia de matar jovem em Salvador; PM diz que rapaz estava armado

De acordo com a Polícia Militar, jovem trocou tiro com policiais no bairro de Sussuarana; inquérito foi instaurado para apurar a morte. 

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Familiares e amigos fazem protesto pela morte do jovem Ícaro França, em Sussuarana.

Familiares de um jovem de 23 anos, que segundo a polícia foi morto em uma troca de tiros com PMs, em Salvador, no dia 18 de fevereiro, contestam a versão da Polícia Militar. Segundo os familiares de Ícaro Silva França, os policiais já chegaram ao bairro de Sussuarana atirando contra ele.

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Familiares dizem que Ícaro morreu com um tiro na cabeça, quando passava na Rua Rubens Zadival, na garupa de uma motocicleta dirigida por um amigo. A PM, no entanto, diz que o rapaz estava armado, trocou tiros com policiais e morreu na ação.

No último domingo (4), parentes, amigos e moradores da comunidade saíram em passeata pelas ruas do bairro de Sussuarana, pedindo justiça. Eles preparam um abaixo-assinado para entregar ao Ministério Público e querem comprovar que o rapaz não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

O comando da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), que é responsável pela segurança do local, instaurou um inquérito para apurar o caso. A investigação tem o prazo de 40 dias, mas pode se estender por mais 20.

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Familiares fazem protesto por morte de Ícaro Silva França, de 23 anos (Foto: Reprodução/ TV Bahia)

A mãe do rapaz, Belisa Machado, está consternada com a morte. “Meu coração está dilacerado de saudade do meu filho. É uma dor que não tem explicação”, disse.

A tia de Ícaro, Maísa Machado, espera que o crime contra o jovem seja solucionado. “Vamos correr atrás de Justiça porque, se não, fica por isso mesmo”, reclamou.

A estudante Taís Ferreira conta que a comunidade lamentou a morte do rapaz. “Ele era uma pessoa maravilhosa, todo mundo gostava dele. Sem palavras, todo mundo triste”, diz.

Alguns moradores da região também reclamam do uso da violência por policiais em abordagens no bairro. “Não sabe chegar e enquadrar a pessoa sem xingar. Dizem: ‘Ah, encosta aí, seu marginal’. Já passei por isso”, conta um morador.

Em resposta, a PM disse que as abordagens policiais com uso de violência não correspondem à doutrina disseminada aos integrantes da corporação em cursos de formação e capacitação. A polícia pede que qualquer pessoa que se sinta agredida por uma abordagem policial que formalize o registro através da ouvidoria pelo telefone 0800 284 0011 ou pelo site da PM no link da ouvidoria.

G1 Bahia