Dara pode ter sido enterrada viva nas Dunas de Itapuã

A funcionária de farmácia, Dara dos Santos Cavalcante, de 23 anos, pode ter sido enterrada viva pelo vizinho. O corpo dela foi encontrado no dia 31 de dezembro nas dunas da Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã. O autor do crime Fernando Gabriel Souza dos Santos, 25, disse à polícia que achou que a jovem tinha morrido estrangulada quando ele lhe deu uma “gravata”.

Durante uma entrevista na manhã desta sexta-feira (4), a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Marta Carine, coordenadora da Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Atlântico, falou sobre o depoimento do criminoso.

Ele contou que a viu caminhando sozinha, a abraçou e puxou para um beco que dá acesso às dunas. Que Dara o agrediu, ele deu uma ‘gravata’ e ela desmaiou. Então, acreditando que ela estava morta, ele foi às dunas, cavou um buraco com a própria mão e a enterrou, contou

Segundo a delegada, no dia seguinte, o acusado retornou às dunas e usou uma pá para encobrir ainda mais o corpo. Ela afirma ainda que somente o laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) poderá identificar a causa da morte. O documento também apontará se Dara sofreu alguma violência sexual.

Fernando responderá por homicídio qualificado, por motivo torpe, sem dar chance de defesa à vítima e feminicídio. Ele, que foi preso na quinta-feira (3), já respondia em liberdade por crimes de roubo e furto.

Dara pode ter sido enterrada viva nas Dunas de Itapuã
Fernando era vizinho de Dara (Foto: Divulgação)

O autor do crime morava com a mulher e os dois filhos nos fundos da casa do pai. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça na quinta-feira (3), após ter sido identificado por policiais da 1ª Delegacia de Homicídios / Atlântico (1ª DH / Atlântico). Acompanhado de um advogado, ele se entregou à polícia no mesmo dia. 

Por decisão da Justiça, o acusado não foi apresentado à imprensa. Ele está custodiado na carceragem na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), na Baixa do Fiscal, onde cumpre a prisão temporária e segue à disposição da investigação.

Drogas

Durante depoimento, Fernando relatou que atacou Dara porque estava sob efeito de drogas.

“Ele disse que no dia (do crime) havia consumido muita cocaína e que, por isso, estava descontrolado e a abraçou e a levou para o beco”, contou a delegada Marta Carine.

Apesar de ser vizinho da vítima, ele negou que viesse monitorando diariamente os passos da atendente de farmácia. Dara, que trabalhava em uma unidade da rede de farmácia Extrafarma, no bairro da Pituba, retornava do trabalho quando foi abordada. Ela fazia o mesmo percurso todos os dias.

“Apesar da negativa, estamos apurando”, disse a delegada, que informou que Fernando chegou à polícia com arranhões no peito.

“Ele estava com a camisa no ombro quando a abordou. Muito provavelmente os arranhões foram quando a vítima tentava se desvencilhar dele. Ele foi submetido a um exame de lesão corporal, que poderá identificar se as lesões foram resultado de tentativa de defesa da vítima”, explicou a delegada.

Prisão

Logo após o crime, Fernando fugiu para casa de parentes em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ele resolveu se entregar depois que foi identificado pela polícia como o acusado de ter matado Dara.

A prisão temporária dele tinha sido decretada através de depoimentos de testemunhas, já que uma delas afirma ter visto o momento da abordagem de Fernando à vítima. “A pessoa disse que não foi antes à polícia porque tinha medo de Fernando, que era uma pessoa conhecida pela violência, além de já ter sido preso”, finalizou a delegada.