Chico Buarque

Chico Buarque afirma que não cantará mais sua música por culpa das feministas

Chico Buarque afirmou que não vai mais cantar Com açúcar, com afeto, composta por ele originalmente para a voz de Nara Leão. A decisão ocorreu após o cantor escutar críticas de feministas, que apontaram um teor machista na letra. A música fala sobre uma dona de casa que faz de tudo para agradar o marido.

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O artista confirmou que não cantará mais a canção durante a série documental O Canto Livre de Nara Leão. Chico relata que a letra foi encomendada por Nara, que pediu a ele uma letra de mulher sofrida. Não era comum esse tipo de tema na época.

“Ela me pediu a música, ela me encomendou essa música, ela falou ‘Eu quero agora uma música de mulher sofredora’. E deu exemplos de canções do Assis Valente, Ary Barroso, aqueles sambas da antiga, onde os maridos saíam para a gandaia e as mulheres ficavam em casa sofrendo, tipo “Amélia”, aquela coisa. Ela encomendou e eu fiz”, explicou o compositor.

O motivo da insatisfação do grupo feminista sobre a música de Chico Buarque

O movimento feminista criticou a música por conta da condição subalterna da mulher. No documentário, o músico revelou que não tinha a visão do machismo que há na letra.

“Eu gostei de fazer [a canção]. A gente não tinha esse problema [a crítica das feministas]. É justo que haja, as feministas têm razão, vou sempre dar razão às feministas, mas elas precisam compreender que naquela época não existia, não passava pela cabeça da gente que isso era uma opressão, que a mulher não precisa ser tratada assim. Elas têm razão. Eu não vou cantar Com açúcar e com afeto mais e, se a Nara estivesse aqui, ela não cantaria, certamente”, concluiu.

Letra com açúcar, com afeto
Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer?
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você

Um minuto, por favor…

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