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Lula critica José Múcio Monteiro após passar por desgaste nos atos de domingo

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, é alvo de fogo amigo desde domingo (8), quando bolsonaristas entraram as sedes dos três Poderes em Brasília. Apontado como um dos responsáveis pela permanência dos manifestantes em Brasília, ele foi criticado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Irritado com a facilidade com que os ocupantes chegaram ao Palácio do Planalto, Lula criticou, duramente, o desempenho de sua equipe frente aos atos que resultaram na sede do Executivo federal e também dos prédios do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Enquanto acompanhava a evolução dos atos por meio de publicações nas redes sociais, Lula se queixou, especialmente, de Múcio e do ministro-chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, aos quais telefonou, em tom de cobrança, já no início dos atos.

Segundo seus aliados, Lula reclama que Múcio tenha subestimado ameaças à segurança, apostando na saída gradual dos bolsonaristas acampados diante do quartel do Exército em vez de determinar sua retirada, como, por fim, aconteceu nesta segunda-feira (9).

No domingo, relatam, Lula demonstrou irritação com os acampamentos, afirmando que já tinha perdido a paciência com sua manutenção.

De acordo com relatos desses interlocutores, Lula avalia que faltou firmeza a Múcio na relação com os comandantes das Forças Armadas e que o ministro não teria exercido sobre eles qualquer influência.

Esse descontentamento ficou evidente, também segundo esses aliados, no fim da tarde de domingo, quando Lula respondeu rispidamente à possibilidade de o Exército atuar na contenção dos bolsonaristas por meio de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem).

Segundo relatos feitos à reportagem, o presidente rejeitou a oferta apresentada por Múcio, negando-se a convocar os militares para auxiliar as forças de segurança durante os atos.

O ministro da Defesa estava com o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, na tarde de domingo. O militar indicou a Múcio que teria 2.500 militares de prontidão para atuar caso o governo federal considerasse necessário.

A sugestão para uma possível GLO foi descartada, ao telefone, por Lula quando o petista ainda estava em Araraquara (SP). A solução adotada pelo presidente foi costurada com o ministro da Justiça, Flávio Dino, com decreto para intervenção federal na segurança do Distrito Federal.

Sob o calor dos atos, o presidente reclamou ainda de Múcio ter classificado de democráticos os acampamentos em que os opositores de Lula pedem por intervenção militar. Hoje, a avaliação é que os bolsonaristas deveriam ter sido retirados antes.

Uma outra crítica feita a Múcio e chefes militares foi a permissão para que os bolsonaristas voltassem ao quartel-general do Exército, em Brasília, após a ocupação dos prédios dos Poderes.

Na noite de domingo, colegas de Ministério chegaram a questioná-lo sobre a permanência dos bolsonaristas nos arredores do quartel mesmo depois dos ataques.

Em meio ao processo de fritura, aliados de Lula afirmam que o presidente está preocupado com a relação entre governo e militares caso Múcio não se consolide como comandante das forças.

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