O juiz José de la Mata, da Audiência Nacional da Espanha, determinou que Neymar, os pais do jogador, o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, o antecessor no cargo, Sandro Rosell, além de Santos e o clube catalão, como pessoas jurídicas, vão a julgamento por fraude e corrupção.
No auto da abertura do julgamento oral, o magistrado impôs uma fiança conjunta e solidária de 3,4 milhões de euros (R$ 11,6 milhões), sob a justificativa de responsabilidade pecuniária, a Bartomeu, Rosell, Barcelona, Santos, e o ex-mandatário do clube paulista Odílio Rodrigues Filho.
O valor foi fixado por ser a quantidade que o clube catalão teria que pagar a mais para o fundo DIS, que tinha 40% dos direitos econômicos de Neymar. O grupo empresarial entrou com ação, justamente, por conflito envolvendo este pagamento.
“Está claro que o Poder Judiciário Espanhol irá condenar os réus e que a farta prova documental e testemunhal embasaram tal decisão”, informou ao UOL Esporte o diretor da DIS, Roberto Moreno.
A Promotoria da Audiência Nacional já apresentou por escrito a acusação contra todos os envolvidos, com a exceção de Bartomeu, por não haver qualquer indício que indique irregularidade do atual mandatário do Barcelona.
Fontes ligadas ao processo informaram à Agência Efe que o texto apresentado pela acusação não sofreu qualquer alteração desde a data em que foi protocolado no tribunal. Dessa forma, a Promotoria pedirá dois anos de prisão e 10 milhões de euros (R$ 34,7 milhões) em multa para Neymar, e cinco anos de detenção para Rosell.
O ex-presidente do Barça é acusado de cometer crimes de corrupção e ter fraudado os valores da contratação do atacante brasileiro, o que reduziu o montante que a DIS deveria ter recebido.
A Promotoria ainda quer o pagamento e multa de 8,4 milhões de euros (R$ 28,8 milhões) para o Barcelona, e 7 milhões de euros (R$ 24 milhões) para o Santos.
Além disso, pede dois anos de prisão para o pai de Neymar e um para a mãe do jogador, com cada um pagando multa de 10 milhões de euros (R$ 34,3 milhões), e mais uma multa de 1,4 milhões de euros (R$ 4,8 milhões) para a empresa da família, a N&N.
A Rosell, Odílio Rodrigues, Santos e Barcelona, a Promotoria quer o pagamento conjunto de 3,2 milhões (R$ 11 milhões), pelo entendimento de que houve intenção de ocultar o custo real da transferência do atacante brasileiro, que foi descoberto depois sendo de 83 milhões de euros (R$ 285,2 milhões).