Caso Daniel

Pai pediu pra filha inventar parte do crime

A jovem, que completou 18 anos no dia do crime, mudou a primeira versão e afirmou que conhecia Daniel há um ano e cinco meses

Allana Brittes, filha do suspeito de matar o jogador Daniel Corrêa Freitas, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (5) na delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. No interrogatório, ela mudou a primeira versão e afirmou que conhecia Daniel há um anoe cinco meses.

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‘After’ na casa da família Brittes

A jovem, que completou 18 anos no dia do crime, afirmou que ela e seus pais saíram da casa noturna por volta das 6h de sábado e que não convidou ninguém para o ‘after’. Ao chegar em casa, Edison Brittes Júnior fez um ovo para Cristiana Brittes e, em seguida, colocou a mulher para dormir.

De acordo com Allana, alguns amigos ligaram para ela informando que estavam indo para sua casa. “Disse que não teria nada, mas cinco minutos depois eles chegaram”. Edilson Brittes Júnior abriu o portão, e foi nesse momento que o jogador Daniel Corrêa Freitas chegou na casa da família Brittes.

Os jovens, o jogador e Edison ficaram bebendo e fumando narguilé durante algum tempo. Cansada, a jovem e uma amiga subiram para o quarto para descansar e, aproximadamente 30 minutos depois, Ygor King subiu no quarto e a gritaria vindo do quarto do casal começou. Mais uma vez, o jovem mostrou desespero e pediu por ajuda, em seguida, contou que Daniel estava deitado na cama de seus pais.

Então, a jovem desceu para o quarto e viu Edison segurando o jogador pelo pescoço, como se o enforcasse. A jovem ainda contou que ela, a mãe e os amigos escutaram Edison Brittes Junior dizer para Daniel: “você estava na cama que eu durmo. Que eu durmo com a minha mulher, a mãe das minhas filhas. O que você estava pensando?”. Além do suspeito de matar Daniel, estavam no cômodo Ygor King e um primo.

Allana, por sua vez, contou que nesse momento, percebendo a gravidade da situação, pediu para que o pai parasse, mas Edison falou para ela sair do quarto. Então, Allana encostou a porta.  Minutos depois, a jovem encontrou a mãe, que contou que Daniel havia tentado a estuprar.

Caso Daniel
Fotos que Edison encontrou no celular do jogador (Foto: Reprodução)

Agressões contra jogador Daniel

No depoimento, Allana contou que Edisson, Ygor King, seu primo e outro amigo batiam no ex-meia do cruzeiro dentro do quarto do casal. Quase desfalecido, Edison colocou o carro de ré, próximo de onde Daniel estava, e abriu o porta-malas. Colocando o jovem, de 24 anos, dentro do veículo.

Assassinato de jogador na Colônia Mergulhão

Então, Edison e os três jovens levaram o jogador para a Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, onde o assassinato de fato aconteceu. Allana contou que em nenhum momento viu seu pai pegando arma branca antes de sair de casa ou dinheiro, mas que afirmou que Edison sempre levava no veículo uma caixa de ferramentas.

Volta de Edison após matar jogador

No retorno, Edison se apresentava bem abatido, mas não disse nada. Allana, por sua vez, abraçou o pai tentando consolá-lo. Allana contou que ele não estava sujo de sangue, porém, não vestia a mesma roupa que estava quando saiu de casa. Os outros jovens estavam normais, com os mesmos trajes.

Mesmo sem declarar verbalmente, Allana afirmou que já sabia que Daniel estava morto, pelas atitudes do pai e a forma de agir. Ainda no sábado, Edison teria dito “ele não está mais aqui”.

Edison Brittes pede para Allana inventar parte do crime

Ela negou que a conversa no shopping foi para combinar uma versão da história e contou que no domingo a noite recebeu ligação de um número de DDD 31, cuja pessoa, que ela não se recorda o nome, perguntava sobre o jogador.

Em seguida, a jovem conversou com o pai e ele a orientou para inventar a história de que Daniel havia saído de sua casa após o ‘after’ pelo portão, sem avisar onde iria, e tomado rumo desconhecido.