Lauro de Freitas

Homem é preso por tentativa de homicídio em Lauro de Freitas

Policiais militares da 52ª CIPM prenderam em flagrante um homem armado que tentou matar a ex-esposa na noite de domingo (13), em Lauro de Freitas.

A PM foi acionada por volta das 23h para atender uma ocorrência na Rua Almirante Tamandaré, Vila Praiana, onde um homem efetuou disparo de arma de fogo contra a ex-companheira.

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Uma guarnição da 52ª CIPM chegou imediatamente ao local e manteve contato com a vítima, que não chegou a ser atingida, mas contou o que havia ocorrido.

Os policiais seguiram em diligência em Lauro de Freitas e meia hora depois encontraram o acusado na Rua São Francisco, no Centro. Ele tentou fugir, mas foi alcançado. Durante a abordagem, os pms apreenderam com o acusado um revólver calibre 38, 39 porções de maconha, munições, entre outros objetos.

Lauro de Freitas

A equipe da 52ª CIPM deu voz de prisão em flagrante ao autor da tentativa de feminicídio, que foi encaminhado à 23ª delegacia do centro de Lauro de Freitas.

A cultura da Violência

Falamos de uma das cidades mais violentas da Bahia, onde o índice de homicídios cresce assustadoramente. Lauro de Freitas, município da região metropolitana de Salvador, a exemplo de outras grandes cidades, sofre de forma trágica com os efeitos do crescimento desorganizado.

A especulação imobiliária que destrói as áreas verdes e impede a circulação de ar nas comunidades pobres, somada a ineficácia das políticas públicas que não dão conta do grande número de jovens que almejam o mercado de trabalho, o atendimento precário nos postos de saúde e o sucateamento das instituições de ensino podem ser identificados como elementos que fortalecem a violência em nosso dia a dia.

São invisíveis os resultados dos PRONASCI, PAC, PROTEJO e tantas outras siglas que só servem para propagandear partidos e instituições políticas. Ninguém diz quanto e onde foram usados esses recursos. Nada, absolutamente nada chega aos bolsões de miséria que só crescem no interior da cidade enquanto a atenção do poder público está concentrada nas barracas da orla.

No entanto o fator que mais que mais chama nossa atenção enquanto movimento social é a cultura da violência impregnada em nossos moleques que ainda muito cedo absorvem as “guerras” sem nem mesmo saber o que ela significa.

É comum ouvirmos durante nossas intervenções nas comunidades, esses jovens dizerem que não vão no bairro X ou na quebrada Y por não se “batem” com os “caras” de lá. E nós sabemos que na verdade, a guerra existente é pequena se comparado ao universo das pessoas decentes e honestas de nossa cidade. O que acontece é que os verdadeiros envolvidos nesta guerra, normalmente gente ligadas ao tráfico, conseguem ampliar essa rivalidade para os demais jovens da comunidade. Estes disseminadores da cultura da violência estão munidos da estrutura que o tráfico lhes proporciona: carro, som possante, cerveja no bar e o padrão do time. Às vezes são eles que pagam pela gambiarra pra iluminar o pagode que vai rolar a noite. São essas figuras que frequentemente financiam o som para a atividade cultural dentro das comunidades enquanto a secretaria de cultura está sem licitação pra som.

Vemos o governo chamar e convocar reuniões e mais reuniões com organismos nacionais e internacionais, quando na verdade, o problema é bel local. Falta gestão, é a falta de capacidade administrativa que dá fôlego ao tráfico e a violência. É a insuficiência do estado que abre caminho para que o crime se organize e isso não é novidade.

Lauro de Freitas enfrenta uma grave crise administrativa. Mais de três mil funcionários foram demitidos, os salários estão atrasados e as aulas estão suspensas por falta de funcionários nas escolas.

Moema concentra suas ações na não derrubada das barracas porque que dá mídia e sua foto aparece diariamente na imprensa local. Enquanto isso, pessoas sofrendo enfarto, recebem dipirona e são mandadas pra casa, por falta de um diagnóstico especializado nos postos e hospitais da cidade.

É necessário um levante social urgente e se os líderes e partidos que tradicionalmente promoveram essas ações estão atrofiados e embebecidos na varanda da institucionalidade, cabe então, as Zeferinas e Cândidos soltarem a voz.

Ricardo Andrade
Campanha Reaja