Lollapalooza

A Animalchef, que produz sanduíches veganos, forneceria alimentação no backstage do Lollapalooza, mas decidiu cancelar participação após trabalhadores do evento serem resgatados em condições análogas à escravidão

O flagrante de trabalho escravo na montagem e preparação do Lollapalooza, a ser realizado a partir de sexta-feira (24) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), já está gerando consequências negativas ao megaevento. Na noite desta quinta-feira (23), a Animalchef, famosa empresa de food service que produz hambúrgueres veganos, anunciou que não participará mais do festival diante do caso de trabalho análogo à escravidão.

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A hamburgueria forneceria lanches no backstage do evento, mas decidiu romper o contrato “por questões de princípios e coerência”. A base dos sanduíches para o festival já tinha sido preparada e, diante do ocorrido, a empresa fará promoção e os venderá a R$ 20 em sua unidade na Rua Augusta, na capital paulista.

“Estávamos preparados pra fazer o backstage do Lollapalooza, um dos maiores festivais do mundo. Faz parte do nosso propósito levar o veganismo para onde a gente conseguir e também é muito legal proporcionar esse tipo de experiência pra nossa equipe.
Porém, hoje fomos surpreendidos com a notícia de uma denúncia de trabalho análogo à escravidão em uma prestadora de serviço contratada pela organização do festival. Por uma questão de princípios e coerência, independente de quem a justiça vai responsabilizar, cancelamos nossa participação no evento”, anunciou a Animalchef em uma postagem no Instagram.

5 trabalhadores resgatados no Lollapalooza

Um operação realizada na última terça-feira (21) por auditores da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, resgatou 5 trabalhadores em condições análogas à escravidão na montagem e preparação do festival Lollapalooza.

Segundo depoimento dos próprios trabalhadores, eles atuavam como carregadores de caixas de bebidas e eram obrigados a enfrentar jornadas de 12 horas diárias em situação degradante. “Depois de levar engradados e caixas pra lá e pra cá, a gente ainda era obrigado pela chefia a ficar na tenda de depósito, dormindo em cima de papelão e dos paletes, para vigiar a carga”, disse um dos resgatados ao site Repórter Brasil.

“Com idade entre 22 e 29 anos, eles não tinham dignidade alguma, dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão. Não recebiam papel higiênico, colchão, equipamento de proteção, nada”, detalhou, por sua vez, Rafael Brisque Neiva, um dos auditores que participaram da operação de resgate.

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