Enchentes na Líbia: uma tragédia sem fim à vista
por Léo de Topó
O mundo assiste, atônito, à devastação que assolou a cidade portuária de Derna, na Líbia, no fatídico domingo, 10 de setembro. Enchentes catastróficas, desencadeadas pelo furacão Daniel, deixaram um rastro de horror e desespero, com estimativas sombrias indicando que mais de 20 mil vidas podem ter sido ceifadas. A magnitude dessa tragédia está além da compreensão, com a cidade praticamente submersa sob o peso das águas implacáveis.
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As águas furiosas romperam duas barragens, desmoronaram quatro pontes e varreram bairros inteiros enquanto seus habitantes dormiam, transformando a paisagem urbana em um cenário pós-apocalíptico. O prefeito de Derna, em uma entrevista à emissora de TV saudita Al Arabiya, chocantemente estimou que entre 18 mil e 20 mil pessoas podem ter perdido a vida nessas inundações avassaladoras. Essa cifra dolorosa representa um quinto da população da cidade, que era de cerca de 100 mil habitantes.
À medida que os dias passam, os corpos das vítimas não recuperadas permanecem escondidos sob os escombros das construções devastadas ou flutuam no mar, aguardando o descanso eterno. Aqueles que sobreviveram enfrentam um futuro incerto e a ameaça iminente de doenças causadas pela água contaminada, pois o sistema de poços de água foi corrompido pelas águas revoltas.
A ajuda internacional começou a chegar à região, mas os esforços de resgate estão sendo comprometidos pela complicada situação política da Líbia, dividida entre dois governos rivais. A ONU alerta para o risco de epidemias causadas pela água contaminada, enquanto a população luta para sobreviver às adversidades e ao luto que se abateu sobre a cidade.
Hichem Abu Chkiouat, ministro da Aviação Civil e membro do Comitê de Emergência no leste da Líbia, descreveu uma cena de pesadelo em que “o mar continua devolvendo dezenas de corpos”. A cidade, outrora vibrante, agora se encontra em ruínas, e seus habitantes, desolados, vasculham os escombros em busca de entes queridos desaparecidos ou para dar um último adeus aos que partiram.
A comunidade internacional, apesar de seus esforços, enfrenta uma corrida contra o tempo para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior. A situação é descrita por testemunhas como algo semelhante ao “apocalipse”, com ruas inundadas de lama, escombros e veículos capotados. O jornalista líbio Johr Ali, exilado em Istambul devido à violência contra a imprensa em seu país, compartilhou histórias de amigos que perderam familiares inteiros, incluindo crianças de apenas 8 meses.
Enquanto o mundo olha horrorizado para Derna, a cidade afundada pelas águas e coberta pela lama, uma certeza se mantém: a estrada da recuperação será longa e tortuosa, e a marca dessa tragédia ecoará para sempre na história da Líbia e do mundo. A resiliência e a solidariedade se tornam a única esperança em meio a essa escuridão avassaladora, enquanto a Líbia enfrenta o desafio de se reerguer das cinzas de uma catástrofe sem precedentes.
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