Brasil

Número alarmante: Mais de 21 milhões no Brasil passam fome diariamente, revela relatório da ONU

por Léo de Topó 

Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (12) revelou que a insegurança alimentar e a fome estão aumentando no mundo, com números alarmantes também no Brasil. De acordo com o relatório intitulado “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” (SOFI), cinco agências especializadas da ONU – a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) – trabalharam em conjunto para coletar e analisar os dados.

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Segundo o relatório, no Brasil, 1,5 milhão de pessoas entraram para a estatística da insegurança alimentar, elevando o número total para mais de 70 milhões de brasileiros afetados por essa realidade. Entre esses, mais de 21 milhões de pessoas não têm o que comer todos os dias, enfrentando a chamada insegurança alimentar grave, enquanto os outros 70,3 milhões vivem em situação de insegurança alimentar moderada. Além disso, o relatório destaca que existem 10 milhões de pessoas desnutridas no país.

A insegurança alimentar moderada ocorre quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir a qualidade e/ou a quantidade de alimentos consumidos devido à falta de dinheiro ou outros recursos. Já a insegurança alimentar grave se manifesta quando as pessoas ficam sem comida, passam fome e, nos casos mais extremos, chegam a ficar sem alimento por um dia ou mais.

Esses números alarmantes no Brasil são parte de um cenário global preocupante. De acordo com o relatório da ONU, no mundo todo, 735 milhões de pessoas estão passando fome, o que representa cerca de 9,3% da população global. Além disso, aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas enfrentam algum nível de insegurança alimentar.

A fome e a insegurança alimentar têm múltiplas causas complexas, como conflitos armados, crises econômicas, mudanças climáticas, desigualdade de renda e acesso limitado a serviços básicos. A pandemia de COVID-19 também agravou a situação em muitos países, com o aumento do desemprego e a redução da renda das famílias.

O relatório da ONU destaca a importância de abordar essa crise alimentar global por meio de políticas e ações coordenadas em diferentes níveis. É necessário investir em sistemas alimentares sustentáveis, melhorar o acesso a recursos produtivos, fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis e promover a igualdade de gênero. Além disso, é fundamental garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde, educação e proteção social, para que as pessoas tenham condições adequadas de nutrição e possam superar a insegurança alimentar.

Os números apresentados no relatório da ONU evidenciam a urgência de combater a fome e a insegurança alimentar tanto no Brasil quanto no mundo. É necessário que governos, organizações internacionais, sociedade civil e setor privado unam esforços para enfrentar esse desafio global e garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos suficientes e nutritivos para viver uma vida saudável e produtiva.

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