Shein e Shopee

Desafios pós-taxação: Shein e Shopee enfrentam queda abrupta nas importações, gerando questionamentos sobre a viabilidade econômica.

por Léo de Topó 

As importações da Shein e Shopee registraram uma queda significativa de 54,5% no mês de outubro em comparação com o mesmo período do ano anterior. O levantamento, realizado pela fintech de importações Vixtra com base nos dados mais recentes divulgados pelo Banco Central em dezembro, aponta que a importação dessas plataformas passou de 1.450 milhões de dólares em 2022 para 659 milhões de dólares em 2023. O CEO da Vixtra, Leonardo Baltieri, atribui essa diminuição a novas regras de taxação de mercadorias.

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Desde agosto, produtos com valor até 50 dólares têm isenção de impostos de importação, mas ainda estão sujeitos a uma taxa de 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS). Já para mercadorias com valores superiores, a taxa, segundo Baltieri, “praticamente dobra”, atingindo 60% devido à alíquota adicional de importação. Essas mudanças foram implementadas pelo governo federal em abril deste ano.

Leonardo Baltieri destaca que, à medida que os consumidores começaram a ser taxados, o receio em relação às compras nessas plataformas aumentou. Relatos disseminados nas redes sociais contribuíram para a disseminação desse receio, levando muitas pessoas a evitar ou reconsiderar a compra de produtos na Shein e Shopee.

A queda de 791 milhões de dólares nas importações em outubro representa o recuo mais significativo desde o início da discussão sobre a taxação, iniciada em abril. Embora as importações tenham inicialmente crescido 32,9% em agosto após a implementação das novas regras, esse cenário se reverteu com uma redução de 13,6% em comparação com o mesmo mês de 2022. A tendência de queda acentuada se intensificou em setembro, com uma redução de 30,3%.

O CEO da Vixtra observa que as plataformas como Shein e Shopee atraem consumidores devido aos preços mais acessíveis. No entanto, com a taxação dos produtos, muitos consumidores começam a questionar a viabilidade econômica dessas aquisições por meio desses canais.

A queda expressiva nas importações da Shein e Shopee reflete o impacto direto das mudanças nas regras de taxação implementadas pelo governo. O receio dos consumidores em face das taxas adicionais levanta questões sobre a competitividade dessas plataformas no mercado brasileiro e destaca a necessidade de ajustes nas políticas para equilibrar o acesso a produtos importados e a sustentabilidade econômica dessas empresas.

A taxação das importações da Shein e Shopee no Brasil pode trazer impactos específicos para a economia do país. Alguns dos riscos associados a essa medida incluem:

  1. Desestímulo ao consumo:
    • A imposição de taxas adicionais pode desestimular o consumo de produtos dessas plataformas, especialmente se os consumidores perceberem que os preços finais tornaram-se menos atrativos.
  2. Redução do volume de importações:
    • A queda acentuada nas importações da Shein e Shopee já observada pode resultar em uma diminuição do volume de transações comerciais, afetando o comércio internacional e a entrada de divisas no país.
  3. Impacto nas empresas e empregos:
    • Empresas que dependem fortemente das importações dessas plataformas podem enfrentar dificuldades, levando a potenciais perdas de empregos e impactos no setor de comércio.
  4. Questionamentos sobre a viabilidade do modelo de negócios:
    • O recuo nas importações pode levar a questionamentos sobre a viabilidade do modelo de negócios das plataformas de comércio eletrônico, especialmente aquelas que se destacam pela competitividade de preços.
  5. Desconfiança dos consumidores:
    • O receio dos consumidores em relação às taxas adicionais pode gerar desconfiança e levar muitos a buscar alternativas de compra, seja em plataformas locais ou em outras fontes.
  6. Efeito cascata em outros setores:
    • A redução nas importações dessas plataformas pode ter efeitos cascata em outros setores da economia, como transporte, logística e serviços associados ao comércio internacional.
  7. Ameaça à competitividade do cercado:
    • A medida pode gerar debates sobre a competitividade do mercado brasileiro, levando a discussões sobre a necessidade de reformas tributárias e políticas para melhorar o ambiente de negócios.
  8. Repercussões políticas e sociais:
    • Dependendo da reação dos consumidores e empresas afetadas, a medida de taxação pode ter repercussões políticas e sociais, com possíveis demandas por revisão ou alteração na política tributária.
  9. Desafios para pequenos negócios:
    • Pequenos negócios que dependem de insumos importados dessas plataformas podem enfrentar desafios adicionais, prejudicando o desenvolvimento e a competitividade desse segmento.
  10. Possíveis mudanças nas estratégias das empresas:
    • As empresas afetadas pela taxação podem buscar ajustar suas estratégias, explorando alternativas, como armazenamento local de mercadorias ou ajuste nos modelos de precificação.

É crucial que autoridades e empresas estejam atentas a esses riscos e busquem soluções equilibradas que promovam o desenvolvimento econômico sustentável e a competitividade do mercado brasileiro.

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