Prefeitura de Lauro de Freitas
sapo no leite

Uma tradição rural de colocar o sapo no leite que parecia superstição, mas que revelou um impressionante conhecimento natural.

 por Léo de Topó

Pode soar um tanto quanto bizarro, mas esta prática antiga tem uma explicação científica surpreendente. Hoje em dia, conservar leite é tão simples quanto abrir a geladeira e guardar a garrafa. Mas, nem sempre foi assim. Antes da popularização dos refrigeradores domésticos, a partir da década de 1940, a conservação de alimentos exigia soluções… criativas — e, muitas vezes, inusitadas. O sapo no leite

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Durante a Segunda Guerra Mundial, em regiões rurais da Rússia e da Finlândia, existia um costume que pode causar estranheza aos olhos (e estômagos) modernos: colocar um sapo vivo dentro do leite para impedir que ele azedasse.

Por mais estranho que pareça, essa prática tinha fundamentos científicos — descobertos apenas décadas mais tarde. Em 2010, pesquisadores dos Emirados Árabes Unidos identificaram mais de cem substâncias com propriedades antibióticas na pele de sapos e rãs.

Esses animais, habituados a viver em ambientes úmidos e repletos de microrganismos, desenvolveram ao longo de mais de 300 milhões de anos uma verdadeira farmácia natural em suas peles para se proteger contra infecções.

Entre as espécies mais estudadas está a Rana temporaria, típica da Eurásia. Cientistas da Universidade de Moscou catalogaram 97 peptídeos antibióticos diferentes apenas nessa espécie, capazes de combater bactérias como a Salmonela e o Staphylococcus. Quando um sapo era colocado no leite, essas substâncias naturais inibiam o crescimento de bactérias nocivas, prolongando o tempo de consumo do produto.

Entretanto, nem tudo são flores — ou poças d’água. Apesar de eficaz, o método apresentava riscos. Sapos e rãs também produzem toxinas que podem ser perigosas para os seres humanos e podem transmitir doenças zoonóticas. Por isso, os especialistas alertam: não tente isso em casa!

Hoje, a ciência conseguiu isolar essas substâncias em laboratório, de maneira segura e sem prejudicar os animais. E isso é essencial, já que mais de 40% das espécies de anfíbios no mundo estão ameaçadas de extinção.

A história do sapo no leite é, portanto, mais do que uma curiosidade. Ela é um lembrete poderoso de como práticas antigas, às vezes vistas como superstição, podem esconder valiosos conhecimentos científicos — e de como a preservação da natureza é tão vital quanto a conservação dos nossos alimentos.

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