urnas eletrônicas

As respostas do TSE sobre as urnas eletrônicas

As respostas fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber) sobre os processos que envolvem os procedimentos técnicos, a transparência e a segurança das urnas eletrônicas não afastaram as incertezas sobre a lisura das eleições entre militares.

A identificação pelo TSE de 712 riscos na área de tecnologia da informação da Corte desde as eleições de 2018 é o motivo que alarma e não convence a militares, ao governo e a aliados da base do governo. O dado consta das respostas encaminhadas aos questionamentos feitos pelo CDCiber em dezembro de 2021.

O argumento entre os diferentes atores políticos e nas Forças Armadas é de que as respostas não foram integralmente satisfatórias pelo alto volume de riscos identificados. “As dúvidas [sobre a segurança das urnas eletrônicas] persistem”, sustenta um interlocutor militar de um comandante de força.

A leitura feita nas Forças Armadas não é diferente da feita no governo e por alguns aliados no Congresso, a ponto de tanto no Executivo e no Legislativo não descartarem possíveis questionamentos futuros sobre a lisura das eleições deste ano. Por ora, contudo, a retomada do debate sobre o voto impresso auditável como um movimento político é algo descartado tanto no Palácio do Planalto quanto na base aliada de Bolsonaro.

Como as respostas do TSE foram recebidas entre os militares

A divulgação das respostas pelo TSE foi recebida com ressalvas entre generais e oficiais mais próximos dos comandantes das Forças Armadas. Na cúpula, uma avaliação feita é que, ao tornar público o documento sigiloso encaminhado pelo departamento especializado em segurança cibernética do Exército, a Corte eleitoral procura atestar a segurança e inviolabilidade das urnas eletrônicas.

Contudo, os 712 riscos à tecnologia da informação identificados pelo TSE representam um dado que liga o sinal de alerta entre alguns militares, a ponto de oficiais da cúpula afirmarem à Gazeta do Povo que as Forças Armadas não irão ratificar a segurança das urnas eletrônicas.

O TSE criou em setembro a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), composta por especialistas em tecnologia, órgãos de fiscalização e representantes de entidades civis, inclusive do Exército. Foi no âmbito desse colegiado que o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) foi incluído no grupo.

Em termos práticos, militares dizem que nada muda em relação à presença do Exército no CTE, mas sustentam que o TSE não terá o respaldo das Forças Armadas na defesa das urnas eletrônicas após as respostas divulgadas diante dos mais de 700 riscos encontrados. “O que vai acontecer é que, sem os militares, o TSE perde força no seu argumento sobre a urna eletrônica”, sustenta um interlocutor.

Uma informação que circula nas Forças Armadas é de que a não ratificação da segurança das urnas eletrônicas, que poderia ser feito por um posicionamento formal no âmbito da CTE, seria o motivo pelo qual o general Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, teria desistido de assumir a direção-geral do TSE.

À frente do cargo, Azevedo e Silva cuidaria de questões administrativas e de segurança do tribunal. Segundo o próprio TSE, Azevedo e Silva alegou questões pessoais de saúde e familiares para declinar o posto. “Ele abdicou porque contava que as Forças Armadas iriam ratificar a segurança das urnas e não vão”, afirma um militar.

Fonte: Gazeta do Povo

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