Banda Ira que um dia cantou “Núcleo Base” agora precisa de uma base de fãs… e de patrocinadores.
por Léo de Topó
Depois de décadas gritando contra o sistema, a banda Ira! parece ter sido vencida pelo pix do patrocinador. Após o vocalista Nasi soltar um sonoro “sem anistia” durante um show em Contagem (MG) — e colher uma bela vaia em troca — o grupo viu sua agenda no Sul virar pó mais rápido que rebite em van de banda independente.
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A produtora SCAR, responsável pelos shows na região, lamentou o ocorrido com a mesma tristeza de quem percebe que comprou ingresso pra ver o show do CPM 22 achando que era do Coldplay:
“Devido a inúmeras desistências de público e retirada de patrocínios, infelizmente tivemos que cancelar os shows.”
Tradução livre: depois que o Nasi resolveu mandar recado político no microfone, o povo resolveu mandar a banda pra casa. E levou junto o patrocínio, os fãs e até o roadie.
Do grito punk ao silêncio patrocinado
Conhecida por uma carreira cheia de altos e baixos, o Ira! agora coleciona mais um momento histórico: ser a única banda punk a tomar cancelamento literal. Nada de linchamento digital — dessa vez foi a bilheteria quem falou mais alto. E gritou “sem show!”
Nas redes sociais, internautas brincaram com a situação:
“Banda pediu sem anistia e recebeu: sem ingresso, sem público, sem cachê!”
“O IRA pediu sem anistia, mas os fãs deram foi sem paciência.”
“Tocaram ‘Dias de Luta’? Agora só falta os dias de glória!”
Nasi: de voz do rock à voz da discórdia
O vocalista Nasi, que já enfrentou brigas dentro da própria banda, com empresários e até com o próprio espelho, agora enfrentou seu maior inimigo: a plateia. Ao mandar o “sem anistia” no microfone, foi recebido com vaias que nem o Restart em festival de hardcore teria coragem de encarar.
Apesar disso, o cantor manteve a postura. Disse que não se arrepende, que é coerente com a história da banda e que prefere a integridade ao aplauso. O que ele talvez não esperasse é que a integridade também vem sem cachê.
Resumo do rolê:
A banda Ira! gritou contra a anistia e acabou recebendo uma anistia involuntária… dos palcos. Os fãs não perdoaram, os patrocinadores fugiram, e a banda agora volta ao anonimato com a força de quem não teme o cancelamento — mesmo que ele venha com juros e correção monetária.
Próxima turnê? Talvez nas reuniões do condomínio.
Um minuto, por favor…
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