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remédios da moda

Promessas de corpos perfeitos escondem uma realidade sombria: substâncias ilegais, promovidas por celebridades digitais, estão ceifando vidas e expondo um sistema de saúde despreparado para conter essa epidemia silenciosa chamada remédios da moda.

por Léo de Topó

A estética virou prioridade — mesmo que custe a vida.

Em academias, clínicas clandestinas, grupos de WhatsApp e redes sociais, uma indústria bilionária cresce sem freio no Brasil: a dos “remédios da moda”. Anabolizantes, inibidores de apetite, hormônios e substâncias manipuladas são consumidos em larga escala por jovens, adultos e até idosos em busca de um corpo perfeito. Mas o que era sonho tem se transformado em tragédia.

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Esses produtos, vendidos como soluções rápidas para emagrecer ou “secar” gordura e ganhar músculos em tempo recorde, muitas vezes não têm qualquer regulamentação ou segurança clínica. O resultado são centenas de internações por ano, além de casos de mortes súbitas, especialmente entre fisiculturistas e usuários de academia.

Influencers e charlatões: os novos traficantes do corpo perfeito

Impulsionados por algoritmos e patrocinadores, influenciadores digitais com milhões de seguidores indicam fórmulas duvidosas como se fossem suplementos mágicos. Muitos vendem ou recomendam substâncias proibidas, como SARMs (moduladores seletivos de receptores androgênicos), clembuterol, sibutramina, entre outros.

A maior parte desses conteúdos é divulgada em vídeos com aparência profissional, onde os resultados “milagrosos” escondem o lado sombrio: efeitos colaterais graves, como parada cardíaca, hipertensão, falência hepática e até surtos psicóticos.

Casos que chocaram o Brasil

Entre os casos mais emblemáticos estão os de fisiculturistas jovens que morreram subitamente após uso contínuo e combinado de substâncias proibidas. Laudos apontam alterações cardíacas, hepáticas e hormonais severas. Em muitos casos, as vítimas nem sequer sabiam exatamente o que estavam usando.

Outro exemplo foi o da influenciadora digital que teve falência múltipla dos órgãos após usar uma combinação de “emagrecedores naturais” com inibidores de apetite manipulados. O caso gerou comoção nacional — mas não freou a indústria.

Mercado paralelo, pouca fiscalização e muito dinheiro envolvido nos remédios da moda

Mesmo proibidos pela Anvisa, muitos desses medicamentos circulam livremente no Brasil. Farmácias de manipulação clandestinas, marketplaces na internet e grupos fechados oferecem entregas em domicílio com total impunidade. A fiscalização é falha, e os lucros bilionários impedem ações mais rígidas.

Estudos estimam que essa indústria ilegal movimente mais de R$ 1 bilhão por ano no país, muitas vezes com a conivência de profissionais de saúde que prescrevem substâncias sem necessidade real ou controle de exames.

Pressão estética, redes sociais e a cultura do imediatismo

O culto ao corpo “perfeito” é reforçado por celebridades e pela lógica das redes sociais, onde a imagem vale mais que a saúde. Jovens estão desenvolvendo distúrbios alimentares, transtornos de imagem e recorrendo a medicamentos perigosos sem qualquer orientação médica.

A sociedade passou a tratar o corpo como um produto, esquecendo que por trás do espelho existem corações que param de bater em silêncio.

Conclusão: quem vai deter essa epidemia silenciosa dos remédios da moda?

Enquanto o Brasil não acordar para os riscos reais dessa indústria, mais vítimas continuarão surgindo — silenciosamente, nos bastidores de clínicas, academias e timelines. O corpo ideal não vale uma vida. E nenhuma curtida nas redes justifica a destruição da saúde.

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