Ameaça de estupro corretivo à viúva de Marielle Franco expõe realidade lesbofóbica
por Léo de Topó
A vereadora carioca Mônica Benício, do Psol, e viúva da saudosa vereadora Marielle Franco, recentemente registrou uma queixa-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), após receber uma ameaça de estupro corretivo por meio de um e-mail. O incidente chocante evidencia a persistência das atitudes lesbofóbicas na sociedade e destaca a contínua necessidade de luta pela igualdade de gênero e orientação sexual.
Lauro de Freitas: Mulher faz acrobacias pelada na Estrada do Coco! Veja:
No dia 14 de agosto, Mônica Benício abriu sua caixa de e-mails e se deparou com uma mensagem ameaçadora que continha conteúdo lesbofóbico. A mensagem, assinada por um indivíduo que se identificou como Astolfo Bozzônio Rodrigues, incluía ameaças de estupro corretivo e comentários homofóbicos. A vereadora, em sua declaração à polícia, expressou que não tem certeza sobre a autenticidade da identidade fornecida pelo autor da mensagem, mas salientou a existência de uma conta em redes sociais associada ao mesmo nome, que compartilha publicações carregadas de discurso de ódio.
O termo “estupro corretivo” se refere a um ato violento e abusivo em que indivíduos LGBTQ+ são alvos de agressões sexuais como uma tentativa de forçá-los a mudar sua orientação sexual. Esse ato desumano não apenas perpetua a violência de gênero, mas também reflete a intolerância e a ignorância profundamente enraizadas na sociedade.
Mônica Benício destacou que o e-mail descrevia detalhadamente como seria realizado o ataque, revelando uma brutalidade alarmante que não apenas atinge as mulheres lésbicas, mas reverbera a todas as mulheres e a toda a sociedade. Em sua declaração, ela lamentou: “O e-mail descrevia, inclusive, como seria o crime, algo muito violento não só para uma mulher lésbica, mas para as mulheres como um todo”.
O Brasil, assim como muitos outros países, tem testemunhado um aumento nos crimes de ódio e nas ameaças direcionadas à comunidade LGBTQ+. O ataque dirigido a Mônica Benício reflete a urgência de enfrentar essas questões, promover a conscientização e garantir a segurança e a proteção de todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual.
Em uma declaração após registrar a queixa-crime, Mônica Benício ressaltou a importância de rejeitar a ideia de que ser lésbica é uma “aberração” e enfatizou que o estupro corretivo é um crime. Ela afirmou: “Acho que é importante que a gente demande sempre que ser lésbica não é uma doença, e o estupro corretivo é crime.”
O episódio de ameaça que Mônica Benício enfrentou é um lembrete angustiante de que apesar dos avanços na luta pelos direitos LGBTQ+, há ainda um longo caminho a percorrer na eliminação das atitudes discriminatórias e prejudiciais que persistem na sociedade. A coragem dela em denunciar essa ameaça contribui para a visibilidade dessa luta contínua e inspira outros a se unirem em solidariedade para criar um mundo mais inclusivo e igualitário.
Um minuto, por favor…
Agradeço pelo interesse neste artigo! Se você apreciou o conteúdo e deseja contribuir, considere fazer uma doação de qualquer valor CLICANDO AQUI.