A reta final de “O Outro Lado do Paraíso” está deixando os espectadores que acompanham a novela com o coração na mão. Afinal, está sendo exibido parte do tão esperado julgamento da vilã Sophia (Marieta Severo) e o começo do que é a vingança de Clara (Bianca Bin). Porém, o que vem sendo mostrado na audiência decisiva parece ter incomodando muitas pessoas, inclusive da área jurídica.

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Para o advogado Arthur Lima, as cenas destoam da realidade: “Muito embora eu reconheça que é uma cena de ficção e que tem que dar a maior dramaturgia possível ao julgamento, ele fugiu muito da realidade […] A quebra da soberania do conselho de sentença e a falta de urbanidade marcaram o julgamento fictício.

Além do mais, eram relatados atos que estavam fora dos autos, fugindo totalmente do objeto do júri”. Além disso, alguns trechos do julgamento teriam ferido até o que está previsto em lei. “As testemunhas ficavam todas juntas quando as regas do Código de Processo Penal dizem que devem ficar em um local que não ouçam o depoimento uma das outras (art. § 460 – CPP).

A interrupção por parte das pessoas que assistem também não é algo que ocorre no tribunal do júri e a postura do advogado de defesa acusando uma das testemunhas é algo improvável de ocorrer [porque] a disposição física dos lugares imita muito mais um tribunal de filme americano do que o do real”, afirma Rodrigo Salazar, advogado e professor da Universidade Estadual da Bahia (Uneb).