Dois homens foram presos suspeitos de OPERAR pirâmide financeira

Dois irmãos – um empresário de 34 anos e um estudante de direito, de 29 – são suspeitos de operar um esquema de pirâmide financeira, vendendo dólares abaixo do preço de mercado e deixando de entregar a moeda para as vítimas, em Itumbiara, na região sul de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontaram golpes que ultrapassam R$ 1 milhão, com mais de 20 vítimas citadas no inquérito.

Segundo o delegado Vinicius Castro Penna, responsável pelo caso, o empresário está foragido e o irmão dele chegou a ser localizado pela polícia, mas quando ia ser preso apresentou uma decisão judicial de revogação do pedido de prisão. De acordo com ele, algumas vítimas chegaram a vender a casa que moravam para fazer o investimento.

“Eles ofereciam o dólar entre 30% e 35% abaixo do valor de mercado. Eles vendiam a dois por um, chegando a entregar o dinheiro para alguns clientes. No entanto, a bola de neve foi aumentando, os clientes foram comprando mais e mais e, cada vez mais, mais pessoas foram lesadas. Teve gente que vendeu casa, entregou tudo que tinha para eles”, contou ao G1.

O G1 não localizou a defesa dos irmãos para obter um posicionamento sobre as investigações.

O caso é investigado há mais de três meses pela Delegacia Regional de Polícia Civil de Itumbiara. De acordo com o delegado, um dos irmãos era dono de uma agência de turismo, que foi fechada da noite do dia para a fuga dos dois. A empresa, segundo o investigador, era uma das formas usadas para captar os clientes.

“Trata-se de um esquema de pirâmide financeira mesmo. Algumas vítimas preferem não se apresentar, têm receio. Outras ainda acreditam que vão ter o dinheiro que investiram de volta. No inquérito nós temos mais de 20 que não receberam o dinheiro dado para compra da moeda estrangeira. Pela projeção, o prejuízo pode chegar a R$ 5 milhões”, revelou o delegado.

Os dois são investigados pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Pedido de prisão revogado

Vinícius Penna revelou ao G1 que, na manhã deste domingo (24), a polícia conseguiu localizar o estudante de direito. No entanto, quando ia ser preso, o jovem apresentou uma decisão judicial de revogação do pedido de prisão, expedida no último dia 19 de dezembro deste ano. Segundo o investigador, após a abordagem o suspeito viajou para Minas Gerais.

pirâmide financeira

“Foi uma situação de surpresa para nós. Após dias e dias fazendo campana, quando íamos efetuar a prisão, fomos surpreendidos com esta revogação. Diante disto, infelizmente, não pudemos nem conduzi-lo à delegacia. Ele foi questionado sobre o porquê de não ter ido prestar esclarecimentos, já que estava munido da decisão, mas ele não comentou nada”, disse o delegado.

G1