dor de cabeça

“No mundo de hoje, se um homem senta-se para pensar, alguém imediatamente lhe pergunta se ele está com dor de cabeça”

Do laboratório à farmácia, um tratamento de enxaqueca ou dor de cabeça pode pôr fim ao sofrimento de milhões.

Dor de cabeça é a segunda mais comum das queixas de pacientes em consultórios médicos. A enxaqueca e a cefaleia crônica atingem 15% da população humana. Todos os dias, dezenas de milhares de brasileiros faltam no trabalho por cefaleia, o que ocasiona uma perda de milhões de reais por improdutividade.

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Isso pode chegar a um final feliz com as novas modalidades de tratamento de dor de cabeça. O uso de uma nova medicação pode deixar próximo o controle definitivo dessa doença.

Infelizmente, só 25% dos indivíduos com cefaleia procuram ajuda especializada e, desses,  a metade recebe medicação adequada. Os tratamentos atuais também não oferecem um ganho excepcional e esses ganhos demoram semanas para aparecer, efeitos colaterais não são raros e, por isso, um terço dos pacientes abandona o tratamento antes de seis meses.

Maio é o Mês Verde, pois no dia 18 comemorou-se o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, e com pompa se lançou a campanha Três É Demais, que consiste em orientar a população a procurar um médico, caso tenha mais de três crises de dor de cabeça por três meses consecutivos.

Também no início do mês foram anunciados os resultados dos estudos dos novos tratamentos para enxaqueca, pela Academia Americana de Neurologia.

A mais importante descoberta sobre enxaqueca é sobre o CGRP – peptídeo relacionado ao gene de calcitonina –, uma molécula que aumenta seus níveis quando o nervo trigêmeo é estimulado e quando ocorrem as crises de enxaqueca. Se o CGRP é administrado em enxaquecosos, pode desencadear uma crise de cefaleia.

Sua descoberta ocorreu em 1980 e estudos sobre essa molécula agora são publicados às centenas todos os anos. Sua descoberta permitiu o entendimento de como funcionam os triptanos, o único grupo de medicamentos específicos para tratamento de enxaqueca.

Esse conhecimento facilitou o desenvolvimento de outros medicamentos que inibem o CGRP, como os ditanos e os gepantes, que poderão ser utilizados tanto como tratamento da crise aguda quanto como preventivos. Pelo menos uma droga de cada grupo deve ser liberada nos próximos 12 meses.

Mais recentemente, anticorpos contra o CGRP e contra o seu receptor foram utilizados para tratar enxaqueca, quatro novas drogas desse grupo já estão em fase final de estudos e três já foram apresentados ao órgão controlador de medicamentos americano, a FDA, para poderem ser comercializados ainda este ano. Esses três são aplicados por via subcutânea a cada um ou três meses de intervalo.

A novidade para quem não gosta ou não pode tomar remédios é a neuromodulação, modalidade terapêutica que utiliza equipamentos para evitar o disparo exagerado do nervo trigêmeo, hoje tido como o vilão da enxaqueca. A neuromodulação pode ser feita através de estímulo elétrico, térmico ou magnético e serve para tratar a dor tanto aguda quanto a crônica, além de também prevenir novas crises.

Vários equipamentos já foram liberados para uso: Cefaly, um estimulador externo do trigêmeo colocado sobre a fronte alguns minutos por dia, o Gamma Care, que estimula o nervo vago e é colocado no pescoço alguns minutos duas vezes ao dia, e o Spring TMS, que com apenas um impulso magnético consegue conter a crise de enxaqueca em 40% dos pacientes.

Se você ficou animado com as novidades, entre em contato com seu médico e tenha um feliz Maio Verde!