Se desligar o WhatsApp

Se desligar o WhatsApp por cinco dias, Bolsonaro desaparece, diz Haddad

Em evento em São Paulo pelo Dia do Professor, petista voltou a lamentar ausência do adversário em debates e disse que, “num país civilizado, ele não estaria na Câmara Federal por falta de decoro”.

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Com a presença de aliados como a deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP), o jornalista  Fernando Morais e o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, participou na noite de hoje (15), em São Paulo, de evento em homenagem ao Dia do Professor promovido pela Apeoesp, o sindicato dos professores da rede pública estadual. Ele declarou que “um país não tem futuro sem professores”.

Criticou a proposta do adversário Jair Bolsonaro (PSL), que defendeu o ensino a distância. “Quando a gente fala em 800 horas por ano letivo, é algo presencial. Não é algo a ser flexibilizado, porque Bolsonaro quer. Assim seria fácil resolver o problema da creche. Quem sabe ele pensa numa creche à distância”, ironizou.

Ele mais uma vez criticou a ausência do oponente em debates. “Lamento que não esteja debatendo com meu adversário. Eu entendo, porque a campanha dele está baseada em mentiras pelo WhatsApp. Se desligar o WhatsApp por cinco dias, o Bolsonaro desaparece”, disse o ex-prefeito paulistano.

O petista lembrou o insignificante papel como Bolsonaro durante 27 anos em que exerce o cargo de deputado na Câmara. “Não é que ele não tenha projetos. Isso já é grave. Mas ele não tem nem decoro para estar naquela casa. Num país civilizado, ele não estaria lá, por falta de decoro.”

Como falta de decoro, exemplificou com o desprezo do candidato pela democracia. “Ele entende que a ditadura falhou por só ter torturado, e não ter matado seus opositores. Ele vê o diferente como inimigo. Para o professor, o diferente é uma bênção.”

Apesar das pesquisas apontarem vantagem considerável do adversário, ele disse que a campanha está recomeçando agora. “Temos um desafio enorme. Os analistas dizem que é difícil, mas será muito mais difícil aguentar o governo.”

Ele se declarou disposto a trabalhar por “uma causa nobre”, a democracia. “Não há nada mais importante.” Mencionou a violência disseminada pela sociedade e criticou a postura omissa da imprensa diante das ameaças contra a democracia do país. “A imprensa naturalizou tudo o que ele fala. Ele fala qualquer aberração e a imprensa trata como ponto de vista”, disse.  Lembrou que a liberdade de expressão, de práticas religiosas e as liberdades civis estão hoje seriamente amealhadas.

Haddad citou ataques a templos religiosos, como uma igreja pichada com um símbolo nazista. Para ele, trata-se de prenúncio de um conflito jamais ocorrido no país. Disse ainda que Bolsonaro representa “interesses predatórios” que podem significar “o fim da Amazônia”. “Ou alguém imagina que se pode preservar a Amazônia sem demarcar terras indígenas?”

Questionado várias vezes sobre pontos da área de educação em um eventual governo, voltou a mencionar a emenda do teto dos gastos e disse que não se pode executar um projeto com a Emenda Constitucional 95 em vigor. O texto congela os gastos sociais por 20 anos. “É inexequível qualquer plano de governo sem revogação da Emenda 95.”

Ex-ministro da Educação, se comprometeu, se eleito, a colocar novamente a educação como prioridade, revogar o teto de gastos e revigorar o Plano Nacional de Educação. “A história do Brasil tem sido a história de engavetar belos planos educacionais.”