O fenômeno das mães mortas que dão à luz

O fenômeno das mães mortas que dão à luz

Rapaz, hoje descobri um troço bem macabro. Eu não fazia ideia que fosse possível uma morta parir um bebê, mas ao que parece, isso já aconteceu algumas vezes. Pelo menos é o que um amigo me contou. Será que isso é verdade? Fui pesquisar e era verdade mesmo! Segundo meu amigo, esta ocorrência muito, muito rara e por isso praticamente não há registros disso na literatura médica, mas a extrusão fetal postmortem – mais claramente conhecida como “nascimento no caixão” – é uma coisa real. O fenômeno das mães mortas que dão à luz a filhos vivos.

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Por que gravidas mortas podem ter bebês na sepultura?

Primeiro temos que entender que: O bebê não está realmente nascendo. Para haver um trabalho de parto, é preciso, obvio que a mulher esteja viva, do contrario os músculos não funcionarão. geralmente, mulheres gravidas que morrem perdem seus bebês em poucos minutos devido a falta de sangue e oxigenação ao feto. Daí que é comum que mulheres gravidas que morrem tenham que ser rapidamente operadas para tentar remover o bebê ainda com vida. Senão ele vai com a mãe para a “terra do pé junto” como se diz no interior. Mas se a morta não tem contrações, como que pode o bebê sair de dentro do corpo dela? Imagino como na antiguidade e na idade média, isso deve ter causado gigantesca perplexidade e gerado rumores assustadores. Isso só acontece quando uma mulher morta expele um feto durante o processo de decomposição. Assim, eu acredito que de todos os estranhos fenômenos médicos este deve ser um dos mais macabros.

Ocorre que durante a decomposição, as bactérias no estômago começam a criar gases que farão o corpo inchar. É justamente por causa desses gases que ocorre um outro estranho fenômeno conhecido como o “arroto do defunto”. Há muitos casos relatados de defuntos que soltam flatos e arrotam no velório botando geral para correr. Mas quando isso acontece ao corpo de uma mulher grávida, as coisas ficam muito bizarras. Quando o “nascimento no caixão” ocorre, a criança é expelida através da cavidade vaginal da mulher grávida falecida porque esses gases exercem pressão sobre o útero.

O caso mais antigo conhecido ocorreu em 1551 durante a Inquisição espanhola. A mulher estava morta na forca por 4 horas, quando moradores notaram duas crianças falecidas caindo de seu corpo.
Outro caso teria ocorrido na cidade de Bruxelas, em 1633. Naquele dia, uma mulher morreu de convulsões. Apenas três dias depois, o feto foi espontaneamente expelido. Em Weissenfels, em 1861, uma extrusão fetal ocorreu após 60 horas da morte de uma mulher grávida.
Outros casos são descritos, contudo apenas poucos descrevem a descoberta inesperada dos restos fetais depois da exumação. A maioria dos casos ocorrem depois do enterro; em alguns desses, o corpo estava no caixão enquanto noutros casos o corpo ainda estava na cama de velório ou no esquife!

Meu amigo diz que o fenômeno não possui registros na literatura médica, mas ao que parece há sim, embora poucos. O artigo da wikipedia diz que esse fenômeno já é reconhecido pela medicina desde 1904, quando John Whitridge Williams escreveu no seu bloco de notas de medicina obstetrícia uma secção de “nascimento de caixão”.

Apesar de o texto ter permanecido uma importante referência em obstetrícia, o tópico de “nascimento de caixão” ou “extrusão fetal após a morte”, foi excluído da sua 13ª edição em 1966, ninguém sabe o porque, e o assunto não foi mencionado na edição publicada em 2009 também. Apesar disso, o tema foi discutido na literatura médica alemã durante o século 20, e casos mais detalhados reportados na literatura forense têm sido publicados recentemente.
Em 2005, os médicos finalmente testemunharam uma extrusão fetal pós morte ocorrendo ao vivo. Era o corpo de uma mulher de 34 anos, grávida de oito meses, que foi descoberta no seu apartamento em Hamburgo, na Alemanha. O corpo estava em decomposição e descolorado, e depois de um exame inicial, foi descoberto que a cabeça do feto já tinha surgido na abertura vaginal. Na autópsia, os legistas descobriram que tanto a cabeça como os ombros do feto já tinham saído, e concluíram que aquele era um raríssimo caso em progresso de extrusão fetal após a morte. A mulher, que tinha dado à luz duas vezes antes, tinha morrido de overdose de heroína.

O caso mais recente foi em 2008. Uma mulher do Panamá que havia sido assassinada foi descoberta caída em um matagal. Quando o corpo foi levado para a autópsia, os legistas espantaram-se ao dar de cara com um pequeno feto encontrado na calcinha dela.

Além de ser um fenômeno raro, o nascimento no caixão é quase impossível identificar se os mortos já se decompuseram ate o esqueleto. Mesmo assim, há casos na Arqueologia que mostram que o fenômeno ocorre “desde sempre”. Um bom exemplo disso é o caso registrado em 1975, quando durante uma escavação de um cemitério medieval em Kings Worthy, Inglaterra, restos fetais surgiram dentro do canal de nascimento de um esqueleto de uma jovem mulher, com o crânio fetal na linha da pélvis e entre os dois fémures e os ossos das pernas do feto claramente ainda na cavidade pélvica.

Outros casos de nascimento de caixão em escavações arqueológicas já foram descritos, tal como em 1978 num sítio Neolítico na Alemanha, e também num sítio medieval na Dinamarca em 1982. Em 2009 outro caso foi descoberto num sítio do período cristão em Fingal, Irlanda. Em 2011 um nascimento de caixão foi descrito num episódio do programa da BBC History Cold Case, mostrando os restos de uma mulher e três bebés, na era romana, descobertos perto de Baldock, Hertfordshire.