baterista do Rush

Neil, baterista do Rush, morre aos 67 anos

O virtuoso baterista do Rush Neil Peart, morreu no último dia 7 de janeiro aos 67 anos em Santa Mônica, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por um representante da banda à revista Rolling Stone. A causa da morte foi câncer cerebral, que ele vinha lutando há anos, informou um porta-voz da família do músico.

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Peart sempre foi considerado um dos maiores bateristas da história do rock, juntando-se ao vocalista e baixista Geddy Lee e ao guitarrista Alex Lifeson para ser um integrante do Rush em 1974. Com a sua ajuda, o trio canadense virou uma das bandas fundamentais do rock clássico, flertando com o rock progressivo, o hard rock e até a new wave.

A última vinda da banda ao Brasil foi em 2011, na turnê Time Machine, que passou por São Paulo e Rio Janeiro. O grupo encerrou sua turnê de despedida em 2015. Peart tinha afirmado na época que desejava se afastar dos palcos para ficar mais tempo com a sua esposa, Carrie Nuttal, e sua filha, Olivia.

Perdas na vida pessoal No livro A Estrada da Cura, Peart contou em mais de 500 páginas como afundou, percorreu e depois emergiu do abismo de lágrimas que se tornou sua vida na segunda metade dos anos 90. Em menos de um ano, Peart perdeu a filha Selena, então com 19 anos, num trágico acidente de carro no Canadá. Dez meses depois, perderia também a amada mulher, Jackie, com quem estava casado havia 20 anos. Após a morte da esposa,

Peart abandonou o Rush. “Considerem-me aposentado”, disse aos amigos de banda, o baixista Geddy Lee e o guitarrista Alex, no dia do funeral de Jackie. Então o baterista montou sua moto BMW R1100GS e saiu sem destino. O músico percorreu mais de 80 mil quilômetros durante meses a esmo. Ele viajou sem parar por quatro países, atravessou 15 Estados norte-americanos, 17 Estados mexicanos, foi até o Belize, voltou para sua casa no Quebéc, saiu novamente em peregrinação e durante essa saga pagou todos os “pedágios” obrigatórios a quem sofreu tamanha tragédia: choque, descrença, ódio, barganha e aceitação.

Aposentadoria com o Rush O baterista, que teve papel chave nas composições do Rush, indicou com letras bem claras em 2015 que estava na hora de pendurar as baquetas. A decisão teria relação com as dores que o desgastavam, fruto de artrite e tendinite crônica. “Minha filha Olivia me apresenta aos amigos da escola dele como ‘um baterista aposentado.’ Isso é verdade. E não me dói perceber isso, é como todos os atletas, há um momento no qual você sai do jogo”, disse ele. De acordo com a revista Rolling Stone, a última turnê do trio sequer deveria ter saído do papel, se a decisão final tivesse sido de Peart.

baterista do Rush

De certa forma, ele acabou sendo pressionado por Alex Lifeson, que começava a sofrer de artrite, mas que pediu a chance de ir para a estrada com o Rush por uma última vez. “Eu percebi em um contexto meio solidário que não queria ser o cara a desligar as máquinas. Eu deixei uma janela aberta que se alguém quisesse tocar, eu o faria”, disse Peart. “E Alex deu essa cartada. Eu tive um ataque naquela noite mas no dia seguinte falei: ‘tudo bem, vamos lidar com isso’.” A R40 teve 35 datas na América do Norte e os empresários até tentaram prolongar a turnê, o que foi barrado pelos músicos. Peart sofreu no meio da jornada um problema sério no pé. Ele ia de show a show viajando de moto e, após tomar uma chuva torrencial, pegou fungos que causaram uma infecção grave. “Tocar bateria virou uma agonia”.