Maguila

Morte de Maguila abala o esporte brasileiro, lenda do boxe, vítima de demência pugilística, trajetória de glórias e desafios, ícone dentro e fora dos ringues

 por Léo Barros

O Brasil perdeu nesta quinta-feira (24) uma de suas maiores lendas do boxe: José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos. O ex-lutador foi diagnosticado em 2013 com demência pugilística, uma condição associada a repetitivos golpes na cabeça, comum em ex-boxeadores. Maguila sofria de encefalopatia traumática crônica (ETC), uma doença neurodegenerativa similar ao mal de Alzheimer. Desde 2017, o pugilista vivia em uma casa de repouso. Sua esposa, Irani Pinheiro, confirmou a morte ao programa Balanço Geral, da Record.

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Maguila nasceu em 11 de julho de 1958, em Aracaju, Sergipe, e começou sua trajetória no boxe com a ajuda do narrador e empresário Luciano do Valle, que enxergou nele um grande potencial. O apelido Maguila foi inspirado em sua semelhança com um personagem de desenho animado.

Carreira promissora e desafios

Maguila iniciou sua carreira de forma impressionante, com uma sequência de 14 vitórias entre 1983 e 1985, permanecendo invicto por dois anos e conquistando o Campeonato Sul-Americano de pesos-pesados. Porém, ele enfrentou críticas pela qualidade de seus adversários e por falhas técnicas em alguns combates, mas manteve-se como o brasileiro mais bem ranqueado na categoria.

Ao longo de sua carreira, teve a oportunidade de enfrentar grandes nomes do boxe mundial, como Evander Holyfield e George Foreman. Contra Holyfield, Maguila disputou o cinturão do Conselho Mundial de Boxe (CMB) em 1989, mas acabou sendo derrotado. Ele também foi nocauteado por Foreman, um dos maiores ícones da história do esporte.

Em 1995, Maguila viveu um de seus momentos de maior glória ao se tornar campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (FMB), derrotando o britânico Johnny Nelson na decisão por pontos. Sua última luta foi em 2000, quando sofreu uma derrota por nocaute para o brasileiro Daniel Frank, levando-o a encerrar sua carreira.

Legado e vida além dos ringues

Maguila encerrou sua carreira com um cartel impressionante: 85 lutas, 77 vitórias, um empate e apenas sete derrotas. Além dos títulos sul-americano e mundial, ele conquistou o Campeonato Brasileiro, o pentacampeonato continental e o Campeonato das Américas.

Fora dos ringues, Maguila se tornou uma figura folclórica no Brasil, participando de programas de televisão, como comentarista econômico e integrante do Show do Tom, na Record. Ele também explorou sua paixão pela música, gravando o CD de samba Vida de Campeão. Em 2010, tentou entrar para a política, disputando uma cadeira de deputado federal, mas não foi eleito.

Maguila deixa um legado inegável no boxe brasileiro e será lembrado não apenas por suas conquistas, mas também pelo carisma e pela luta que travou, tanto dentro quanto fora dos ringues.

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