Mãe dá à luz em cima de árvore

Mãe dá à luz em cima de árvore em Moçambique

A passagem do ciclone Idai por Moçambique, no dia 14 de março, deixou quase 600 mortos naquele país. No entanto, em meio às notícias da devastação, o nascimento de uma bebê surge como uma centelha de esperança para quem vive na região. A menina veio ao mundo no alto de uma árvore enquanto o fenômeno natural destruía o que encontrava pela frente. O caso ocorreu no distrito de Dombe, na província de Manica. Mãe dá à luz em cima de árvore

Leia mais: Homem sequestra filhos e engravida enteada de 13 anos

As informações a respeito do nascimento da garotinha, chamada Sara, foram divulgadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Unicef, no início desta semana. A recém-nascida, a mãe Amélia, e o filho mais velho da mulher ficaram no topo da árvore por dois dias. Os três só conseguiram descer depois que vizinhos se mobilizaram para ajudá-la.

“Eu estava com meu filho de 2 anos, quando de repente, sem aviso, a água começou a entrar na minha casa, eu não tive outra opção a não ser pular em cima de uma mangueira próxima. Então a dor começou, e eu não tinha ninguém por perto para me ajudar”, contou a mulher.

“Em algumas horas eu dei à luz a minha filhinha Sara, em cima daquela mangueira. Eu estava completamente sozinha com Sara e meu filho. Nós ficamos no topo daquela árvore por mais dois dias depois do nascimento dela. Mais tarde, os vizinhos me ajudaram a descer e chegamos a esse lugar como todo mundo”, explicou já no centro de apoio para atingidos.

Mãe dá à luz em cima de árvore

Autoridades de Moçambique anunciaram, na terça-feira (2), que o número de mortes mortes provocadas pelo Ciclone Idai e as cheias que se seguiram no centro do país chegam a 598. O novo balanço foi divulgado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e acrescenta 80 mortes ao relatório divulgado na segunda (1º).

O número de famílias afetadas pelo desastre também subiu para 195.287, assim como o número de pessoas atingidas: de 843.729 para 967.014, segundo dados do boletim do INGC. Em relação ao número de feridos, foram mantidos os 1.641 divulgados no balanço anterior.

Na semana passada, o governo anunciou o fim das operações de salvamento e resgate. O foco agora é a ajuda humanitária. Atualmente, mais de 32 mil famílias recebem assistência do governo e de organizações nacionais e internacionais .

Nos 136 abrigos em funcionamento estão acomodadas 131.136 pessoas e o número daqueles que são considerados vulneráveis é de 7.422, o que inclui os que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.

As autoridades atualizaram também o número de casas totalmente destruídas, que chega a 62.153 (59.910 no último balanço), parcialmente destruídas (34.139, 33.925 segundo os dados anteriores) e 15.784 inundadas, sendo que a maioria é formada por construções precárias.