Justiça inicia audiências de policiais rodoviários denunciados por corrupção em Uberlândia

Testemunhas de acusação foram ouvidas nesta quarta-feira (29). Primeira fase de audiências ocorre até a próxima sexta-feira.

A Justiça Federal de Uberlândia começou a ouvir as testemunhas nos processos que envolvem 15 policiais rodoviários federais investigados na Operação “Domiciano”. Eles são acusados de crimes relacionados a pagamentos de propina nas rodovias do Triângulo Mineiro. Durante a manhã desta quarta-feira (29), foram ouvidas as testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público Federal (MPF)

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As audiências iniciaram às 8h e as testemunhas são ouvidas pelo juiz da 2ª Vara Federal, José Humberto Ferreira. Entre elas está uma vítima que teria pago R$ 300 a um dos policiais, que cobrou propina de R$ 1 mil por ela estar com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida.

De acordo com o MPF, foram oferecidas 17 denúncias ao Judiciário, mas ainda há 40 inquéritos em andamento. Depois que todas as testemunhas foram ouvidas pelo juiz, os réus serão intimados a depor.

Embora não fosse obrigatória a presença dos acusados nessa primeira fase das audiências, quatro policiais compareceram na comarca para acompanhar os depoimentos. As audiências ocorrem até a próxima sexta-feira (1º).

Ao todo, 15 policiais rodoviários federais e quatro empresários foram presos durante a Operação “Domiciano” deflagrada no mês de junho . Os policiais atuavam em Uberlândia, Araguari e Monte Alegre.

A operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), foi deflagrada no dia 22 de junho, em Uberlândia.

Após a Operação “Domiciano”, a Procuradoria da cidade ofereceu 17 denúncias contra os policiais pela prática de diversos crimes como inserção de dados falsos em sistema, concussão (vantagem indevida), prevaricação, violação de sigilo funcional, corrupção passiva e ativa.

Os crimes ocorriam quando os policiais denunciados eram escalados para trabalhar em conjunto e, durante sua jornada, surgiam oportunidades de obtenção de vantagens indevidas. Na maioria das oportunidades, os policiais solicitavam propina para não lavrar autos de infração a motoristas que eram flagrados em situação ilegal, eram comum também que os agentes fizessem “vista grossa” para o transporte irregular de maquinário agrícola.

Os policiais respondem aos processos em liberdade provisória e estão afastados das atividades. A prisão preventiva foi revogada sob pagamento de fiança e cumprimento de medidas cautelares como o comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades rotineiras, recolhimento domiciliar no período noturno e finais de semana, proibição de se ausentarem da comarca sem autorização prévia do juiz.

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Cada um dos réus também foi obrigado a pagar fiança equivalente a 30 salários-mínimos. O descumprimento das medidas cautelares acarreta pena de revogação do benefício.

Fonte: G1