Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina contra H1N1, em Goiânia

Segundo Samu, vítima teve uma parada cardiorrespiratória. Superintendente da SMS diz que caso será investigado, mas que ‘quadro apresentado não é compatível com reação adversa da vacina’

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina contra H1N1, em Goiânia

Uma idosa de 69 anos morreu na manhã desta quarta-feira (18) minutos após tomar a vacina contra H1N1, no Centro Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Maria da Conceição Macedo Silva sofreu uma parada cardiorrespiratória. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou que é “prematuro” relacionar a morte com a vacina.

Leia mais: Após ser diagnosticada com “Tuberculose”, Simaria da dupla com Simone tem alta

A mulher, que tinha pressão alta, estava acompanhada do marido e de dois filhos. Ela chegou ao local por volta de 6h e aguardou pouco mais de duas horas para ser vacinada. Logo após ser imunizada, a vítima passou mal e desmaiou na calçada. Um dos filhos dela contou à TV Anhanguera que ela não se queixou de nada antes de passar mal.

Leia mais: Mulher tem 4 amantes e diz que exemplo serve para outras mulheres

Leia mais: Pai engravida a própria filha e depois do nascimento da criança ele mata os dois

Uma funcionária do Centro Municipal de Vacinação foi até a rua e fez sinal para uma equipe do Corpo de Bombeiros, para pedir ajuda. Pouco depois, chegaram funcionários do Samu. O filho da idosa segurou o soro com adrenalina enquanto médicos faziam massagem cardíaca. Às 9h25, os socorridas informaram que ela não resistiu.

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina

Idosa Maria da Conceição Macedo morre em fila de vacinação contra H1N1, em Goiânia, Goiás (Foto: Vantuir Oliveira/TV Anhanguera)

A superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, afirmou que a morte não apresenta relação com a imunização.

“O quadro apresentado não é compatível com reação adversa da vacina. Tudo leva a crer que ela teve um infarto. Mesmo assim, o corpo será levado ao SVO [Serviço de Verificação de Óbito] para que a causa da morte seja investigada e definida”, disse ao G1.

Flúvia pontua que em casos de reação anafilática à vacina o paciente apresenta sintomas como coceira, coriza e inchaço da garganta. No caso da idosa, conforme ela, houve uma morte súbita.

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina

Carro de funerária busca corpo de idosa que morreu minutos após tomar vacina contra H1N1 em Goiânia (Foto: Vitor Santana/G1)

Em nota enviada ao G1, a SMS informou que “é prematuro relacionar que o óbito foi provocado pela vacina contra a gripe”. O comunicado pontuou ainda a bula do medicamento não apresenta “nenhuma relação das doses com morte súbita”, como foi o caso de Maria.

Ainda segundo o órgão, as vacinas são “seguras e bem toleradas”. A secretaria disse ainda que tem mais de 100 mil doses já administradas desde o começo da campanha e que não houve notificação de caso de adversidade grave após a imunização.

A coordenadora-técnica da Central Municipal de Vacinação, Fernanda de Sousa Gouveia Pio, prestou o primeiro atendimento à idosa e conta que ela era hipertensa. “Tudo indica que foi uma parada cardiorrespiratória. Ela fazia acompanhamento para hipertensão no Cais Nova Era e a família disse que ela não tinha tomado a medicação hoje”, afirmou.

Ela explicou que foram feitos todos os procedimentos de socorro de maneira muito rápida. A coordenadora reforçou ainda que a morte da mulher na tem ligação com a vacina.

Idosa de 69 anos morre minutos depois de tomar vacina

Imagem da carteira de identidade da idosa Maria da Conceição Macedo Silva, que morreu após vacinação contra H1N1, em Goiânia, Goiás (Foto: Vantuir Oliveira/TV Anhanguera)

“Foi um triste coincidência. A vacina demora algumas horas para apresentar qualquer reação, e ela não tinha sinais de alergia à medicação após ter caído na saída da unidade”, completou.

Reações à vacina

A superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, informou que quem tiver qualquer reação à vacina até 30 dias depois da aplicação deve procurar o posto onde foi imunizado e relatar o ocorrido.

Médico infectologista tira dúvidas sobre efeitos colaterais da vacina contra H1N1

Médico infectologista tira dúvidas sobre efeitos colaterais da vacina contra H1N1

O infectologista Boaventura Braz diz que dor local, vermelhidão no local e febre são reações esperadas nas primeiras 24 horas após a aplicação de uma vacina e atingem entre 10% e 15% dos imunizados. Já reações anafiláticas (alergias), ocorrem 1 caso em 1 milhão de vacinados, afirma.

“É quase impossível de ocorrer em uma população que está em vacinação”, declarou. O médico lembrou que apenas quem tem alergia a ovo não pode se vacinar. Pessoas com febre devem aguardar o fim do quadro para se imunizarem.

“Sempre que vá fazer a primeira dose de uma vacina, faça em um lugar que dê suporte, pois, caso haja alguma reação anormal, você tem socorro”, explica.

Estado de alerta

Goiás está em estado de alerta por conta da quantidade de casos de H1N1 registrados neste ano. O estado já tem 92 casos confirmados da doença e 13 pessoas já morreram.

Por conta disso, a campanha de vacinação foi antecipada e começou na última sexta-feira (13), dez dias antes do restante do país. Longas filas estão sendo formadas. A primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde tinha 648 mil doses. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) espera receber 300 mil novas doses.

A imunização protege contra dois subtipos da Influenza A – H1N1 e H3N2 – e um subtipo da Influenza B.

A secretaria disse não ter informação oficial sobre falta de vacina em postos de saúde. A primeira etapa da campanha é voltada a idosos, portadores de doenças crônicas, trabalhadores da saúde e indígenas.

A secretaria alertou para que as pessoas que procuram se vacinar fora das unidades públicas de saúde para que tomem cuidado. Segundo o órgão, apesar de não haver nenhuma denúncia formal, o medo da população pode gerar oportunidades de golpes de empresas que não têm autorização para realizar aplicações das vacinas.

No caso de desconfiança, é preciso checar o alvará sanitário da companhia com a Vigilância Sanitária de cada município. O número para denunciar irregularidades ao estado é: 0800-643-3700.

Campanha de vacinação contra H1N1 começa antes em Goiás (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)

Campanha de vacinação contra H1N1 começa antes em Goiás (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)

Indivíduos doentes devem manter repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos adequada e evitar contato com outras pessoas em ambientes fechados e aglomerados.

A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel. Também é recomendável cobrir a boca e o nariz ao espirrar.

Vacina contra Influenza A, H1N1, é aplicada em Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Fonte: G1