Guardas Municipais

Mulher afirmou que agressores tinham dito que homem espancado era ladrão e falaram para ela não olhar espancamento. Atendente do quiosque disse a ela que já tinha pedido para que a sessão de espancamento parasse.

Uma testemunha do espancamento do congolês Moïse Kabagambe no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 24 de janeiro, afirmou à polícia que tentou pedir auxílio a guardas municipais ao ver as agressões, mas os agentes se negaram a ajudar.

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A testemunha estava com a família na praia quando subiu para o quiosque para buscar um refrigerante. Ela reparou que um homem negro estava sendo espancado por um grupo e os agressores a avisaram para não olhar, “pois ele estava assaltando as pessoas e queriam dar um corretivo”.

A explicação teria partido de um homem gordo vestido com a camisa do Flamengo – descrição de Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, de 27 anos. Em depoimento à polícia ele confirmou que agrediu Moïse com um bastão para para ‘extravasar a raiva’ porque ele estava ‘perturbando’ há alguns dias.

congolês Moïse

A mulher disse ainda que ao buscar o refrigerante com uma funcionária do quiosque, reparou que a mulher estava muito nervosa. A atendente, então, disse que já tinha pedido aos agressores para parar de bater em Moïse, mas não foi atendida.

A testemunha, então, afirma que pediu ajuda aos guardas neste momento, e não foi atendida. Disse que, então, desceu para chamar o marido e que quando ambos subiram para tentar socorrer ou ajudar o congolês, viram o homem amarrado. Ela afirma que o marido reparou que Moïse estava morto.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública, responsável pela Guarda Municipal, informou em nota que está totalmente à disposição da Polícia desde o ocorrido e, certamente, havendo algo nesse sentido, o delegado responsável pelo caso acionará o município.

Corpo de Moïse Kabagambe foi enterrado no domingo (30). Segundo primo que viu imagens de câmeras de segurança, ele foi vítima de uma sequência de agressões.

Os familiares do jovem congolês Moïse Kabagambe pediram uma apuração rigorosa da morte do trabalhador, de 25 anos. A Delegacia de Homicídios da capital investiga o caso. Ele nasceu no Congo, na África, e trabalhava por diárias em um quiosque perto do Posto 8, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A família disse que o responsável pelo quiosque estava devendo dois dias de pagamento para Moïse e que, quando o congolês foi cobrar, foi espancado até a morte.

“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, afirmou Ivana Lay, mãe de Moïse.

O corpo foi enterrado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, no domingo (30). O sepultamento foi marcado por protestos. Moïse veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político.

“Uma pessoa de outro país que veio no seu país para ser acolhido. E vocês vão matá-lo porque ele pediu o salário dele? Porque ele disse: ‘Estão me devendo’?”, questionou Chadrac Kembilu, primo de Moïse.

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