Você fez o teste do gênero oposto no Facebook? Você pode ter cometido um erro

Glória Pires se fosse homem, segundo brincadeira no Facebook

Teste do gênero oposto no Facebook

Problemas com o teste do gênero oposto no Facebook. “Como Você Seria Se Fosse Do Gênero Oposto?” é o teste da vez no Facebook. Se você entrou na onda, saiba que pode ter cometido o erro de dar seus dados a uma empresa pouco conhecida, e sabe-se lá o que ela fará com eles.

VEJA TAMBEM

+Satanás é o nosso verdadeiro senhor, só os idiotas acreditam em Jesus, diz Jay-Z

+Sodoma e Gomorra: Vereador pede que Kannário, Daniela Mercury e Pabllo Vittar não cantem em Feira de Santana

O gancho para atrair usuários é mostrar como a pessoa ficaria se fosse do gênero oposto, com imagens bem reais. Mas, para realizar o teste, a empresa Kueez solicita que você clique em “Conectar-se ao Facebook” para ver o resultado.

Só que, ao fazer isso, você entrega para a empresa as seguintes informações públicas do seu perfil:

  • nome
  • imagem de perfil
  • data de nascimento
  • todas as suas fotos e imagens no Facebook
  • lista de amigos
  • informações de contato
  • e endereço de e-mail usado para logar na rede social

A Kueez não é a primeira nem será a última empresa a criar um aplicativo/jogo/quiz de Facebook para conseguir isso. No ano passado, falamos do “Qual Celebridade Você Se Parece”, um caso bem similar.

E, se achou pouco, a política de privacidade da empresa ainda diz que coleta informações não pessoais de usuários, como o modelo do seu celular ou PC com o qual fez o teste, localização e áreas de interesse (no Facebook), entre várias outras coisinhas.

Para que tudo isso?

O de sempre: transformar esse monte de informações em dinheiro. Ou, nas palavras da empresa, para “melhorar o site com base em suas preferências e experiências”, “oferecer conteúdos promocionais”, “criar dados estatísticos, modelos comportamentais e tendências”, etc.

Como tudo é descrito de forma bastante vaga, esses dados podem ser usados de muitos jeitos. Normalmente, servem para gerar anúncios personalizados –chatinhos, porém inofensivos.

Mas, neste caso aqui, algumas coisas esquisitas chama a atenção. A Kueez diz que pode compartilhar seus dados “com certos terceiros interessados em lhe fornecer determinados conteúdos promocionais” ou que sua foto de perfil pode aparecer “como parte integrante dos serviços que oferecemos (ou seja, sua imagem aparecerá em certos questionários ou jogos, MESMO para pessoas que você não conhece)” –sim, eles colocaram o “MESMO” em caixa alta.

A Kueez pertence ao Yoto Media Group, da Israel. Então, se surgir algum problema jurídico, vai ser complicado de resolver por se tratar de um negócio fora do Brasil.

Já fiz o teste, me ferrei?

Não exatamente. A Kueez disponibiliza uma ferramenta em seu site para você remover todos os seus dados pessoais do banco de dados deles, embora não haja nenhuma garantia de que isso será cumprido.

O melhor é desatrelar seu perfil do app no Facebook. Para isso, vá nas Configurações de Aplicativos do Facebook (por este link), ache o Kueez e delete o app, clicando no “X”.

Novamente: não há garantia de que essas informações já não estejam guardadas no banco de dados da empresa. Mas, se você apaga o app, pelo menos garante que novos dados e arquivos gerados por você a partir de então não serão mais capturados.

Ninguém lê com o que concorda

Uma pesquisa da Kaspersky diz que 63% dos entrevistados dizem não ler o contrato de licença antes de instalar um novo aplicativo.

Alguns desses aplicativos podem afetar a privacidade do usuário, instalar outros apps ou mesmo alterar a configuração do sistema operacional de um aparelho celular ou tablet. E o próprio usuário permitiu isso ao clicar em “aceito” durante o processo de instalação.

Para evitar que suas informações sejam usadas e até mesmo compartilhado por empresas, recomenda-se não aceitar todos os convites para jogos e aplicativos que aparecem nas redes sociais. Também leia bem o contrato de termos de uso, verifique frequentemente as configurações de apps de sua conta do Facebook e elimine os que não são mais usados.

Virou problema político gênero oposto no Facebook

A empresa de dados Cambridge Analytica, contratada pela campanha de Donald Trump à presidência dos EUA e do Brexit para o Reino Unido deixar a União Europeia, é conhecida por usar o Facebook para criar perfis psicológicos de cerca de milhões de americanos adultos. E faz isso semeando a rede social com esses populares quizzes de personalidade. A informação é do “New York Times”.

Segundo uma entrevista do pesquisador Michal Kosinski à revista “Vice”, nossos smartphones são “um vasto questionário psicológico que estamos constantemente preenchendo, conscientemente e inconscientemente”.

Kosinski estuda “big data”, área da computação que lida com imensos e variados bancos de dados gerados por usuários. Ele criou em 2012 o experimento MyPersonality para determinar perfis psicológicos com base nos dados do Facebook, embrião da tecnologia por trás desses quizzes atuais de testes de gênero oposto no Facebook

gênero oposto no Facebook

Fonte: uol