Final da novela “A Força do Querer” teve audiência mas não foi o esperado

Final da novela… Se “A Força do Querer” não foi “a novela que uniu todas as tribos”, chegou bem perto. Foi praticamente impossível permanecer indiferente a ela. E tampouco foi unanimidade. Elogios e críticas vieram de todos os lados. E a autora, Glória Perez, como sempre, a postos e munida para rebater todas as críticas. Da interpretação de Fiuk – escalação infeliz de um ator sem estofo para um personagem tão importante – às acusações de apologia ao crime e glamurização da bandidagem – referência à trama da personagem Bibi Perigosa, de Juliana Paes.

Glória voltou às novelas inspirada. Acho “A Força do Querer” ainda melhor que “O Clone” (2001-2002), seu último sucesso arrebatador. Esse excelente resultado se deve a três fatores que trabalharam juntos e em sincronia: a habilidade da autora na condução de suas tramas; a direção caprichada e original de Rogério Gomes, Pedro Vasconcelos e equipe; e o elenco excepcional (menos o Fiuk). Se algo nesse triunvirato não funcionasse, o efeito para o público não teria sido o mesmo.

Ivan (Carol Duarte)

Parece que Glória aprendeu com os erros da última novela, “Salve Jorge” (2012-2013) – essa sim com críticas indefensáveis. Dessa vez, a autora veio com trama e elenco enxutos. Com vários protagonistas, a história foi costurada de forma que os núcleos se cruzassem e os personagens se conhecessem ou mencionassem os outros. A autora foi hábil na condução de seus núcleos, dando espaço a quase todos e criando oportunidade para a maioria de suas criaturas se destacarem em algum momento.

Claro que houve escorregões. Alguns pontuais, como o personagem Yuri (Drico Alves) e a tentativa de difundir a cultura dos cosplayers e levantar discussão sobre o perigo do jogo da Baleia Azul: abordagens rasas e sem conexão com a novela. Também o desfecho apressado e sem maiores explicações (no último capítulo) do embate Eurico x Nonato (Humberto Martins e Silvero Pereira) e o rompimento de Jeiza e Caio (Paolla Oliveira e Rodrigo Lombardi).

O maior escorregão foi a trama da viciada em jogo Silvana (Lília Cabral): permaneceu a novela inteira praticamente no mesmo patamar para apenas se resolver no último capítulo. Não fosse o talento do quarteto Lília Cabral, Humberto Martins (Eurico), Juliana Paiva (Simone) e Karla Karenina (Dita), não teria sido possível suportar esse núcleo.

Fonte: nilsonxavier