Ex-integrantes da banda New Hit são condenados há 10 anos por estupro coletivo

Polícia informou que cumpre decisão expedida pela comarca da cidade de Ruy Barbosa, a 320 km de Salvador.

Ex-integrantes da banda New Hit… A Polícia Civil informou que a cumpriu na tarde desta terça-feira (24), em Salvador, mandados de prisão contra ex-integrantes da banda New Hit, condenados no último mês de agosto a pouco mais de 10 anos de prisão por estupro.

A determinação da prisão partiu da comarca da cidade de Ruy Barbosa, localizada a cerca de 320 km de Salvador. Até as 17h40 desta terça, cinco mandados já tinham sido cumpridos e os presos levados para a Polinter, na capital baiana. A Polícia Civil informou ainda que não tem detalhes do pedido de prisão.

O G1 entrou em contato a defesa de um dos condenados, o advogado Antônio Leite, que confirmou a prisão do cliente. Antônio disse ainda que a prisão tem relação ao caso do estupro coletivo de duas adolescentes, em 2012, ocorrido após um show da banda na cidade de Ruy Barbosa. Ainda segundo o advogado, os oito ex-integrantes condenados em julgamento realizado em agosto deste ano não estavam presos e aguardavam encaminhamento do juiz.

“O caso é de Ruy Barbosa, mas foi julgado em Salvador. Então, após o julgamento, eles estavam esperando a determinação da prisão do juiz de lá. Todos estavam aguardando, tanto que meu cliente foi preso em casa”, explicou.

O G1 tentou mas não conseguiu contato com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), para ter mais detalhes do caso.

Julgamento

Julgamento dos ex-integrantes do New Hit, que rsultou na condenação de oito deles, ocoreu em agosto, em Salvador (Foto: Imagem/TV Bahia)

Julgamento dos ex-integrantes do New Hit, que rsultou na condenação de oito deles, ocoreu em agosto, em Salvador (Foto: Imagem/TV Bahia)

Oito dos ex-integrantes da Banda New Hit foram condenados, em julgamento realizado no dia 29 de agosto deste ano, a 10 anos e oito meses de prisão pelo estupro coletivo de duas adolescentes em 2012, após um show da banda na cidade de Ruy Barbosa. O julgamento foi realizado na Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal do TJ-BA, em Salvador.

De acordo com o TJ, os condenados ainda podiam recorrer da decisão após condenação. Conforme o Tribunal de Justiça, foram absolvidos, Carlos Frederico Santos de Aragão, que à época do crime era segurança da banda, e um dos ex-integrantes do grupo, Jeferson Pinto dos Santos.

Todos os envolvidos no caso já haviam sido condenados, em maio de 2015, a 11 anos e oito meses de reclusão. No entanto, os réus entraram com recursos e, desde então, aguardavam julgamento dos pedidos em liberdade.

O início do julgamento do processo estava marcado para o dia 8 de agosto, mas foi adiado e remarcado para o dia 15 de agosto, após pedido de um dos oito advogados de defesa da banda. Na ocasião, dois dos quatro desembargadores que analisaram o caso pediram mais tempo para analisar o processo.

Mesmo com o pedido de vistas dos colegas, o relator do processo, o desembargador Lourival Trindade, já havia proferido o voto no dia 15 de agosto, mantendo a condenação de oito dos dez réus e pela absolvição de outros dois.

Caso

Ex-integrantes da banda New Hit

Banda New Hit Bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)

A banda New Hit já não existe mais. De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), na madrugada do dia 26 de agosto de 2012, no centro da cidade de Ruy Barbosa, os integrantes do grupo de pagode teriam abusado sexualmente de duas adolescentes que tinham 16 anos à época do ocorrido, e eram fãs da banda.

O estupro teria ocorrido após os suspeitos receberem as jovens para sessão de fotos no ônibus da banda. O cantor e outros oito integrantes da banda foram presos e depois soltos para responderem a acusação em liberdade. Segundo consta na primeira sentença, proferida em 2015, as vítimas saíram da cidade vizinha de Itaberaba para uma micareta em Ruy Barbosa. Após a apresentação, foram até o ônibus da banda pedir para tirar fotos com os músicos e pegar autógrafos.

Consta na decisão que, “tão logo começaram a posar para as fotos ao lado dos ídolos, as vítimas foram surpreendidas com atitudes libidinosas”. A denúncia do MP apontou que foi praticado, mediante extrema violência, por repetidas vezes e em alternância, conjunção carnal e diversos atos libidinosos.

Segundo a Justiça, durante o processo, além das duas vítimas e dez acusados, foram ouvidas 12 testemunhas incluídas pela acusação, por meio do Ministério Público, e 53 testemunhas de defesa.

Fonte: G1.globo
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