Dia do Samba

Tradicional em Salvador há 46 anos, o Dia do Samba será comemorado no próximo domingo (2), com show gratuito de Alcione e mais vinte sambistas baianos convidados. O palco, dessa vez, está sendo montado na Praça Caramuru (no estacionamento do antigo Mercado do Peixe do Rio Vermelho). A festa, que tem direção geral de Edil Pacheco, está prevista para começar às 16h e tem expectativa de reunir cerca de 20 mil expectadores no Rio Vermelho, ao longo de mais de seis horas de música.

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O objetivo do projeto é o de manter viva a memória do nascimento do samba na Bahia, a partir da sua primeira célula rítmica: o samba de roda. Além de Alcione, aguardada atração da noite, o evento receberá apresentações de Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Juliana Ribeiro, Firmino de Itapuã, Gal do Beco, Guiga de Ogum, Cláudia Costa, Verônica Dumar, Jorginho Comancheiro, Muniz do Garcia, Vânia Bárbara, Roque Bentenquê, Neto Bala, Fred Dantas, Claudete Macedo e Gerônimo, entre outros. O grupo Bambas de Sampa também marcará presença, participando pela terceira vez do Dia do Samba em Salvador. Já o grupo Cor do Brasil será a banda base, permanecendo todo o tempo no palco.

Homenagem

O homenageado da edição 2018 do Dia do Samba é Martinho da Vila, que completou 80 anos de vida esse ano. O primeiro álbum dele, lançado em 1969, intitulado Martinho da Vila, já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo canções como “Casa de Bamba”, “O Pequeno Burguês”, “Quem é do mar não enjoa” e “Pra que dinheiro”. Logo, tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros, além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias, com o CD “Tá delícia, tá gostoso”, lançado em 1995. Entre seus maiores intérpretes destacam-se Zeca Pagodinho, Simone e Alcione, que incluirá clássicos do compositor no show do Dia do Samba em Salvador.

O dia 27 de novembro de 1916 entrou para a história da música como data oficial do nascimento do Samba porque foi neste dia que ocorreu o registro, na Biblioteca Nacional, de Pelo Telefone, supostamente o primeiro samba da história. A composição era de Donga, filho da baiana Tia Amélia (parceira da lendária Tia Ciata, entre outras baianas festeiras que se mudaram para o Rio), e foi gravado em 1917 por Baiano, um cantor e violonista natural de Santo Amaro da Purificação, à época muito conhecido no Rio de Janeiro. O fato é que o Samba de Roda já existia na Bahia, em todo o Recôncavo, desde o início do século XIX. Surgira integrado às festas dos Terreiros de Candomblé, como parte do processo de reorganização social e aculturação em terras brasileiras da comunidade afro-descendente.