Coronel Gondim chama Ciro Gomes de viciado

Coronel Gondim chama Ciro Gomes de viciado, vagabundo e maconheiro

PM da reserva disse que não tem medo do FG e vai até o fim com as afirmações

Terminou em confusão a terceira audiência de conciliação na ação que o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) move contra o coronel PM (CE) da reserva Francisco Marques Gondim. A mediação, conduzida na quarta-feira (20), às 14h, pela juíza Maria Lúcia Falcão Nascimento, aconteceu na 14ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal, tribunal sediado na fronteira entre Bom Sucesso e Bom Jardim, dois bairros violentos de Fortaleza. Coronel Gondim chama Ciro Gomes de viciado.

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O FG, que havia faltado a duas audiências, chegou acompanhado de dois seguranças e dois advogados. Estava elegantemente vestido, com paletó azul marinho escuro, e visivelmente tenso.  A ação movida por Ciro deve-se a uma declaração do coronel nas redes sociais. Em agosto de 2016, em sua página do Facebook, o PM da reserva fez apelo dramático à família do candidato derrotado ao Planalto. Pediu a internação com urgência do político para tratamento da dependência de drogas: “Qualquer campanha de combate ao uso de drogas tem que mostrar a transformação de Ciro Gomes. Ciro foi um bom governador para a PM. Depois das drogas, tornou-se um inimigo da instituição. Logo estará imprestável para o exercício de qualquer atividade. Rogo a Deus que ilumine sua família para tratá-lo urgentemente. Ciro já não é mais a mente brilhante que eu conheci e tanto admirei”.

Viciado

Segundo CN7 apurou, a expectativa de Ciro Gomes seria a de encerrar a ação na audiência, mas não deu certo. A mediação começou com o FG tecendo rasgados elogios à competência e à bravura de Gondim, “um dos melhores policiais do Ceará em todos os tempos”, contudo o coronel não gostou de ser bajulado por quem o processava.

Falando direto para a juíza, Gondim argumentou que também considerava Ciro “um político brilhante, até tornar-se um viciado.” O clima então esquentou com o pedetista passando a tentar desdizer tudo que havia dito, chamando o coronel de “vagabundo, homicida e torturador”. Gondim respondeu: “Vagabundo é quem fuma maconha, como você Ciro, que confessou seu vício ao jornal O GLOBO. Não respondo por qualquer homicídio. Tive em meus 35 anos de PM apenas uma acusação de homicídio a qual fui absolvido. E você mesmo Ciro, quando era deputado estadual, participou e assinou a CPI do COE, provando que tudo que diziam do COE não passava de perseguição política”.

Gondim não recuou com a aparente mão estendida por Ciro Gomes e manteve o que disse, chamando por várias vezes Ciro Gomes de “drogado”, “viciado” e “maconheiro vagabundo”, após ser chamado por Ciro Gomes “de vagabundo, homicida e tortura”.

Em tempo

O PM da reserva disse que não tem medo do FG e vai até o fim com as afirmações.

Calma, doutor

A cada frase de Gondim, Ciro Gomes “ficava vermelho, roxo”. Quem presenciou a cena, cerca de dez pessoas estavam na sala da audiência, conta que “as veias do pescoço de Ciro Gomes chegavam estufavam quando era chamado de drogado, viciado e maconheiro vagabundo”.

Diante do bombardeio, Ciro teria ainda falado que não esperava tal reação do coronel, que considerava “um aliado”.

Até a última ponta

Durante a audiência, o coronel apresentou à juíza Maria Lúcia Falcão Nascimento cópia da entrevista de Ciro Gomes ao jornal O GLOBO, no dia 17/08/2018, em que o FG disse “eu gosto de fumar minha maconha” aos jornalistas Catarina Alencastro, Fernanda Krakovics e Maiá Menezes.

Rebordosa

A conciliação desejada por Ciro Gomes não aconteceu. A ação continua e deve ter novos desdobramentos. Comenta-se que coronel Gondim entrará com ação contra a calúnia proferida pelo FG, arrolando a juíza como testemunha do fato — devidamente consignado nos autos do processo