Ortega

Tensões na Cúpula: Daniel Ortega se recusa a assinar declaração conjunta sobre a Ucrânia e critica a União Europeia

Nesta quinta-feira, 20, durante a cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, provocou polêmica ao criticar a insistência da UE em incluir o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o chamou de “fascista” e “nazista”. O líder nicaraguense se opôs à declaração conjunta dos países europeus e latino-americanos, que manifestava “profunda preocupação” com a guerra na Ucrânia, mas sem citar a Rússia, causando impasse na assinatura do documento.

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A presença de Zelensky na cúpula, bem como a menção à situação na Ucrânia no comunicado final, não encontrou apoio unânime entre alguns países latinos e caribenhos, com a Nicarágua liderando a resistência. O país não assinou o documento em virtude de desacordos com um parágrafo específico, o que resultou em um impasse na obtenção da unanimidade necessária para a sua aprovação.

Daniel Ortega foi o único líder que apresentou ressalvas à declaração final, destacando que as resoluções devem ser tomadas por consenso e, caso haja objeção de qualquer país, a proposta não é aprovada. Esse impasse só foi superado após uma reunião de chefes de Estado, que se reuniram em uma sala para tentar chegar a uma solução.

Além das questões envolvendo a Ucrânia, Ortega também criticou a União Europeia por não acabar com as sanções impostas à Venezuela e Nicarágua. O líder nicaraguense propôs incluir no acordo o pedido para encerrar a política de agressões e sanções contra esses países, mas a sugestão não foi aceita pelos demais participantes da cúpula.

Em um discurso que se estendeu por mais de uma hora e meia, o presidente da Nicarágua também teceu críticas ao governo dos Estados Unidos, afirmando que a Líbia foi destruída pelos EUA e seus aliados europeus. Vale lembrar que a Nicarágua é alvo de sanções por parte dos EUA e da UE devido ao tratamento dispensado aos opositores desde os protestos ocorridos em 2018, que Ortega alega terem sido uma tentativa de golpe de Estado apoiada por Washington.

A cúpula em comemoração aos 44 anos do triunfo da revolução sandinista também contou com milhares de pessoas na Praça da Dignidade Nacional de Manágua, que exibiram bandeiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Ortega aproveitou a ocasião para elogiar o ex-líder líbio Muamar Khadafi, afirmando que ele apoiava a unidade dos povos árabes e que os Estados Unidos e seus aliados europeus foram responsáveis por destruir a Líbia.

As tensões políticas e discordâncias entre os países latinos, caribenhos e europeus durante a cúpula deixam claro que há questões complexas e sensíveis envolvidas nas relações internacionais entre essas nações. A resistência da Nicarágua em assinar a declaração final ilustra a dificuldade em alcançar consensos sobre temas delicados e amplia o debate sobre as relações internacionais na América Latina e no Caribe.

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