Celso Daniel

Investigação que apurava a existência de supostos mandantes da morte de Celso Daniel  foi definitivamente encerrada em março passado porque o caso prescreveu

O caso Celso Daniel, até hoje não resolvido de forma satisfatória, é uma mancha negra na história da política brasileira e um dos primeiros sinais claros do modelo de corrupção endêmica.

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Nesta quarta-feira (6), a Revista Veja, revelou que em dezembro de 2021, o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), concluiu um procedimento investigatório aberto em 2005, três anos após o assassinato, para “desvendar rumores” de que membros de uma rede criminosa que arrecadava propinas de empresas de transporte urbano, coleta de lixo e obras de engenharia em Santo André estariam a serviço da direção nacional do PT. Esta mesma organização teria encabeçado o assassinato de Celso Daniel.

Ainda de acordo com o veículo, uma das conclusões dos três promotores que investigaram a autoria do crime, é  de que o assassinato não foi um crime comum. “Haveria motivação política, diante dos indícios de ligações com esquema de arrecadação de “propinas” de empresas prestadoras de serviços públicos ao município de Santo André, que teria como beneficiário partido político (neste caso, o Partido dos Trabalhadores)”.

“De mais a mais, o que se pode extrair da reunião de dados neste apuratório é a suspeita de que, após o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, o empresário Ronan Maria Pinto, com base em informações que deteria acerca das circunstâncias da morte dele, teria extorquido os outros supostos envolvidos (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu de Oliveira e Silva, Gilberto Carvalho e Klinger de Oliveira Sousa), de maneira que estes teriam efetuado o pagamento do valor de aproximadamente 6 milhões de reais em troca de seu silêncio, o que viabilizou de sua parte a compra da empresa jornalística ‘Diário do Grande ABC’”, diz o relatório do MPSP publicado pela Veja.

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Recentemente, em depoimentos revelados pela revista Veja, o publicitário Marcos Valério, condenado a 37 anos de cadeia por participar do mensalão, disse à Polícia Federal (PF) que o Partido dos Trabalhadores (PT) diz que o então prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado brutalmente em janeiro de 2002, havia produzido um dossiê em que detalhava quem, entre os petistas, estava sendo financiado pelo crime organizado.

Daniel não sabia, no entanto, que a arrecadação clandestina por meio de empresas de ônibus não beneficiava apenas a cúpula partidária, mas também vereadores e deputados petistas que mantinham relações estreitas com o PCC. O dossiê teria sumido, disse Valério. “Ninguém achou mais.”

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