Suspeito de atirar em transexual na Bahia é solto; vítima perdeu movimentos depois de ataque

De acordo com a polícia, Domingos Mendes vai responder ao crime em liberdade. Caso ocorreu em Presidente Dutra, no norte da Bahia.

 transexual

transexual foi baleada e ficou tetraplégica, no interior da Bahia (Foto: Divulgação/ PSOL)

O suspeito de atirar contra a militante transexual Bárbara Trindade, foi solto na quarta-feira (13), segundo informações da Polícia Civil em Presidente Dutra, no norte da Bahia. A polícia informou ao G1, nesta quinta-feira (14), que Domingos Mendes vai responder ao processo em liberdade.

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Domingos é suspeito de marcar um encontro com Bárbara e atirar contra ela no dia 2 de abril deste ano. A vítima sobreviveu ao ataque a tiros, mas perdeu o movimento das pernas e dos braços. Na decisão, a Justiça determinou condições de soltura, mas o G1 não teve acesso aos detalhes do processo.

A reportagem também tentou contato com a defesa de Domingos Mendes, mas, até esta publicação, não conseguiu.

Após o ataque, Bárbara foi internada no Hospital Regional de Irecê, também no norte do estado, e no dia 18 de maio, após pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), foi transferida para o Hospital Manoel Victorino, localizado no Largo de Nazaré, em Salvador.

No mês de novembro, Bárbara recebeu alta e voltou para a cidade de Presidente Dutra, onde recebe cuidado de familiares, segundo informações da militante LGBT Ruby Santos, que é amiga da vítima.

Caso

Bárbara Trindade perdeu o movimento das pernas e dos braços após ataque na Bahia (Foto: Reprodução/ TV Bahia)

A vítima foi atingida por disparos no maxilar e nas costas. Bárbara contou, em um vídeo postado na internet, que havia marcado um encontro com o frentista Domingos Mendes, por meio de mensagens em uma rede social, no dia do crime.”Marcamos 23h, na Câmara Municipal de Presidente Dutra. Cheguei lá e fiquei esperando. Em seguida, chegou uma moto com duas pessoas, só que a rua estava muito escura, eu fiquei com medo e não fui. Em um determinado momento, ele [Domingos] desceu da moto e fez o primeiro disparo, que pegou no meu maxilar. Depois eu virei e tomei o segundo tiro, foi quando eu vi o rosto dele”, relatou a vítima.

O frentista, no entanto, segundo a polícia, nega o crime e ainda afirma que nunca teve nenhum relacionamento com a vítima. Na ocasião do crime, a polícia informou que apura se o frentista marcou o encontro com Bárbara ou se alguém se passou por ele ao enviar as mensagens para o celular da transexual. Por conta disso, a polícia pediu a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos e da vítima, mas não há detalhes sobre o resultado.

Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, o frentista disparou contra Bárbara “mediante dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima”. A denúncia do MP ainda reiteira o depoimento da vítima, afirmando que o frentista agendou um “encontro amoroso” com Bárbara no dia do crime. O Ministério Público afirma, ainda, que Domingos chegou ao local do encontro de “carona” em uma motocicleta.

A Polícia Civil também apurou se um policial militar tem envolvimento com o crime. O militar chegou a ficar preso no Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador.

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Segundo o MP, a investigação, que ouviu testemunhas e analisou câmeras de segurança, aponta que um suspeito que seria o PM pilotou a moto usada para chegar ao local do atentado, enquanto o outro, que estava na garupa do veículo, teria efetuado os disparos — supostamente o frentista, conforme a ponta a vítima.

Fonte: G1