Lula tem de governar como “ditador sanguinário”

Lula tem de governar como “ditador sanguinário”, diz jornalista de esquerda

O jornalista Eduardo Vasco, colunista do Diário da Causa Operária, publicou um artigo na segunda-feira (29) em defesa da “tirania genocida”, caso o ex-presidente Lula vença as eleições presidenciais de 2022. Com o título “Lula tem que governar como um ditador sanguinário”, Vasco afirma que o Lula “paz e amor” não é o caminho mais viável contra o “imperialismo” e elogia ações antidemocráticas de ditadores de esquerda – que prenderam agentes estrangeiros, nacionalizaram setores da economia, fuzilaram pessoas para “garantir e preservar as conquistas sociais”. O texto não parece ser puro sarcasmo.

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Com o fim da Lei de Segurança Nacional, que fundamentou o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade não confirmada de atos antidemocráticos nas manifestações de 7 de setembro, o jornalista pode se beneficiar da Lei 14.197, de 1º de setembro de 2021, assinada por Jair Bolsonaro. Pela norma, foi acrescentado ao Código Penal o Título XII, que determina em seu artigo 359-T que não é crime “a manifestação crítica aos poderes constitucionais”.

Mesmo assim, o texto poderia ser entendido por algum tribunal por apologia a crime: por sugerir grave ameaça ao Estado Democrático de Direito, descrito nos artigos 359-L e seguintes do Código Penal. A incitação a crime, descrita no artigo 286 do Código Penal, tem pena prevista de três a seis meses de detenção ou multa. Se um conservador, como o escritor Olavo de Carvalho ou o jornalista Wellington Macedo, propusessem em artigo que o presidente Jair Bolsonaro fosse um “tirano genocida” em um possível segundo mandato, poderiam ser repetidos contra eles inquéritos nos tribunais.

A tese do texto de Vasco é que a “esquerda pequeno-burguesa” (como a dos bairros do Leblon do Rio de Janeiro, ou de Moema, em São Paulo), estaria “comprometida com a burguesia” e atrapalha ao não endossar ações radicais. Por isso, esse grupo burguês dentro da esquerda condena Lula por ações (para o autor, acertadas) contra o “imperialismo”, como o apoio dado pelo ex-presidente ao ditador reeleito da Nicarágua, Daniel Ortega ou a Nicolás Maduro, ditador da Venezuela.

“Ortega, Maduro (e antes Chávez) e [Miguel] Díaz-Canel (anteriormente Fidel e Raúl Castro) (…) Prenderam os agentes estrangeiros. Nacionalizaram os setores estratégicos da economia, tirando-os das mãos dos monopólios capitalistas. Armaram a população. No caso mais radical (que deve ser o exemplo para todos nós), os cubanos fuzilaram os torturadores e assassinos da ditadura títere dos EUA encabeçada por Fulgencio Batista”, escreve Vasco.

“A esquerda tem que decidir o que é melhor. Ser bem-comportada e deixar a direita, a burguesia e o imperialismo desmontarem a soberania nacional e os direitos do povo, ou ser radical, extremista e linha-dura, esmagando os agentes estrangeiros e expulsando o imperialismo do País”, convida Vasco.

“Se Lula pretende voltar ao governo ─ e permanecer ao menos por quatro anos ─, ele precisa fazer como os “tiranos” que apoia. Afinal, foram os únicos governos de esquerda da região que resistiram ao golpe imperialista. Resistiram porque foram “malvados””, finaliza.

Apesar do discurso do PT e do ex-presidente Lula em defesa da “reconstrução” da democracia diante do governo Bolsonaro, o líder petista e outras lideranças da sigla costumam não apenas dar apoio a ditadores de esquerda, mas a outras pautas antidemocráticas, como a regulamentação das redes sociais e da imprensa.

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