Temores sobre aumento de tarifas e riscos de desabastecimento marcam reação contra a privatização dos serviços de água e esgoto em Salvador
por Léo Barros
A prefeitura de Salvador provocou uma onda de indignação ao dar o primeiro passo para retirar os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Embasa e transferi-los à iniciativa privada. Em uma portaria publicada no Diário Oficial na quarta-feira (17), a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) autorizou o Grupo Houer a iniciar, em caráter de exclusividade, os estudos de engenharia e de modelagem econômica, financeira e jurídica para estruturar o edital do processo licitatório destinado a escolher uma empresa interessada em assumir o sistema de água e esgoto na capital, por meio de concessão ou Parceria Público-Privada (PPP).
BOMBA: Grupo de Débora apoia privatização das praias e o futuro de Lauro de Freitas pode estar ameaçado
A candidata à prefeitura de Lauro de Freitas, Débora Régis, que faz parte do grupo político de ACM Neto e Bruno Reis, está sendo observada com crescente preocupação. Existe um temor real de que, se eleita, ela possa trazer para Lauro de Freitas a mesma polêmica ideia de privatização que está gerando tumulto e indignação em Salvador. Os soteropolitanos, que já enfrentam o risco de aumento de tarifas e desabastecimento com a privatização da Embasa, temem que a candidata possa replicar essa abordagem, comprometendo a qualidade e o acesso aos serviços essenciais de água e esgoto em Lauro de Freitas.
A transferência desses serviços para a iniciativa privada poderia não apenas provocar o aumento das tarifas, mas também deixar áreas menos favorecidas da cidade vulneráveis a um possível corte de fornecimento. A possibilidade de ver essa proposta controversa ser aplicada em sua cidade causa uma grande apreensão entre os moradores de Lauro de Freitas, que estão cada vez mais alarmados com o que pode estar por vir.
A decisão da prefeitura gerou um sentimento de revolta entre os soteropolitanos, que temem os impactos negativos que a privatização pode trazer. A Embasa, uma empresa pública consolidada, sempre esteve à frente dos serviços essenciais de abastecimento de água e saneamento básico, garantindo acesso a esses recursos fundamentais a preços justos para a população. A possibilidade de entregar esses serviços à iniciativa privada levanta preocupações sobre aumentos tarifários, qualidade do serviço e a universalidade do atendimento.
Especialistas alertam que o risco de corte e desabastecimento pode aumentar com a privatização. “A experiência de privatização de serviços de água em outras cidades e países frequentemente resultou em piora na qualidade do serviço e acesso desigual. Existe uma preocupação real de que a privatização possa levar a uma gestão menos eficiente e até a interrupções no fornecimento,” afirmou o engenheiro sanitarista Pedro Silva.
Enquanto isso, a prefeitura de Salvador alega que a privatização é necessária para modernizar e expandir o sistema de abastecimento e esgotamento sanitário da cidade. No entanto, para muitos soteropolitanos, essa justificativa não é suficiente para apagar os receios de um futuro onde a água, um recurso vital, seja controlada por interesses privados.
Um minuto, por favor…
Agradeço pelo interesse neste artigo! E se você apreciou o conteúdo desse artigo e deseja contribuir, considere fazer uma doação de qualquer valor CLICANDO AQUI