A sociedade é racista! Preso por engano, motorista desabafa: ‘Tive medo lá dentro e estou com medo até agora’
Antônio Carlos conta que não dormiu na semana em que esteve na cadeia. Família descobriu a injustiça e conseguiu soltá-lo.
“Desde o momento em que me colocaram para dentro da cela pensei: ‘Minha vida acabou’”, desabafou Antônio Carlos Rodrigues, preso dia 13 de julho, apontado pela polícia como o ladrão que assaltou o Consulado da Venezuelano início de junho. Mas ele era inocente, e sua família tomou a iniciativa de investigar e descobrir que o real criminoso já tinha sido preso. A sociedade é racista
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O motorista de aplicativo foi solto na noite desta sexta-feira (20). Neste sábado (21), já em casa, Antônio lembrou da semana que passou na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio.
“Eles me pegaram com a roupa do corpo. Fiquei com essa roupa até ontem. Quando fui solto, eu tirei a camisa e joguei fora”, contou Antônio, que passou a semana insone.
Ele contou que dividiu cela com mais de 80 homens. “Eu estou com medo ainda. Tive medo lá dentro e estou com medo agora. Ruins, péssimos, horríveis, nojentos. Cada um faz o que quer da sua vida. No meu caso eu não procurei estar ali, fui colocado”, contou.
Relembre o caso
Antônio foi preso na semana passada, confundido com o bandido que invadiu o Consulado da Venezuela. O assalto foi registrado por câmeras de segurança.
A confusão da polícia foi baseada em fotografias de redes sociais. Policiais da Delegacia de Apoio ao Turista viram fotos de Antônio e apontaram supostas semelhanças com o verdadeiro ladrão.
O relatório da delegada Valéria Aragão afirma que os dois são carecas, com orelhas grandes, pontudas e voltadas para fora. Ela também citou a cor da pele, o formato do nariz e o formato da cabeça.
A família de Antônio decidiu investigar por conta própria e descobriu que o verdadeiro ladrão já estava preso.
Ao ser solto, o motorista desabafou:
A delegada Valéria Aragão não quis se manifestar. A Polícia Civil disse apenas que a investigação é sigilosa.
G1